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Gleisi Hoffmann em alerta: Eleição de Trump aumenta a pressão sobre a democracia brasileira
Com o retorno de Trump à presidência, a polarização cresce e o PT se vê desafiado a defender sua agenda, enquanto o governo Lula enfrenta forte pressão por cortes e ajustes fiscais
06/11/2024 14h28 Atualizada há 12 meses
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A vitória de Donald Trump nas eleições americanas de 2024 se tornou um ponto de inflexão para a política global, e o PT, representado pela presidente nacional Gleisi Hoffmann, não perdeu tempo em alertar para os perigos desse fenômeno. Para ela, a ascensão do republicano é “um sinal de alerta para o campo democrático no mundo todo” e um reflexo de uma polarização crescente que, segundo ela, se faz presente também no Brasil. A declaração foi feita nesta quarta-feira (6), em meio a uma semana decisiva para o governo Lula, que se prepara para apresentar medidas de corte de gastos, urgentes pelo mercado e pela necessidade de ajustes fiscais.

Gleisi, como líder do partido de Lula, deixou claro que a vitória de Trump no cenário global reflete uma “extrema direita se assanhando” em várias partes do mundo, e o Brasil, com sua polarização acentuada, não é imune a esse específico. Ela alertou que, diante do sucesso da extrema direita nos Estados Unidos, o Brasil deve se preparar para enfrentar essa onda e reafirmou que o PT está atento à situação, consciente dos desafios que virão, especialmente com as crescentes pressões internas e externas para adotar uma agenda econômica mais próxima do neoliberalismo.

Enquanto Gleisi e outros líderes do PT tentam lidar com esse novo cenário, o governo Lula também se vê imerso em uma discussão interna sobre os cortes de gastos. Sob a responsabilidade dos ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Casa Civil, as medidas devem ser apresentadas nos próximos dias, após intensa pressão do mercado. Lula, em sua mensagem de parabéns a Trump, afirmou que a “democracia é a voz do povo” e que deve ser respeitada, uma fala que contrastou com as questões domésticas, nas quais o governo é desafiado a equilibrar as expectativas populares com a exigência do mercado financeiro.

A vitória de Trump, com sua retórica conservadora e populista, reacende os debates sobre a polarização política no Brasil e os riscos que ela representa para a democracia. Trump, que regressa à Casa Branca após quatro anos, derrotou a candidata democrata Kamala Harris, confirmando o apoio da maioria do Colégio Eleitoral. Em suas declarações, Gleisi Hoffmann sublinhou a necessidade de um fortalecimento da democracia no Brasil, mas também enfatizou a urgência de se encontrar respostas concretas às necessidades do povo, algo que ela vê como incompatível com a agenda econômica neoliberal que, segundo ela, o mercado tente importar.

Com a reeleição de Trump, a esquerda brasileira, representada por Lula e Gleisi, vê-se mais uma vez frente a um cenário global de ascensão à direita. O governo do PT precisa lidar com as pressões externas e internas e, ao mesmo tempo, se posicionar contra o crescimento de uma retórica conservadora que ressurge com força nos Estados Unidos e no Brasil.

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*Com informações Metrópoles