Mato Grosso do Sul Cortes de gastos
Prefeitura de Campo Grande implementa corte de até 50% nas regulamentações de servidores para equilibrar finanças e garantir o 13º
Medida comissionada, temporária e servidores efetivos com bonificação, em resposta às exigências do Tribunal de Contas do Estado para regularizar a folha de pagamento
08/11/2024 09h04
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A Prefeitura Municipal de Campo Grande anunciou uma série de cortes salariais entre os servidores comissionados e uma revisão nas bonificações dos efetivos, buscando ajustar as contas públicas para garantir o pagamento do 13º salário e cumprir as exigências previstas pelo Termo de Ajustamento de Gestão (TAG) , assinado com o Tribunal de Contas do Estado (TCE/MS) em dezembro de 2023.

Conforme fontes internas, a medida impacta diretamente os servidores comissionados, que verão seus vencimentos de dezembro reduzidos pela metade ou mais. A decisão, comunicada às secretarias na última terça-feira (5), estende-se também aos horários temporários e convocados, que terão uma carga horária reduzida para 32 horas semanais. Alguns profissionais poderão até mesmo enfrentar demissões, uma ação que visa diminuir a folha de pagamento e garantir a estabilidade fiscal do município.

Acordo de ajuste com o TCE e revisão dos benefícios
O TAG firmado entre a prefeitura e o TCE/MS tem como objetivo sanar irregularidades nos gastos com pessoais, verificados nas folhas de pagamento de 2022. Em cumprimento ao acordo, a administração municipal compromete-se a Implementar uma série de medidas para regularizar a gestão de pessoal, o que inclui a revisão de contratações temporárias e a regulamentação de cargas comissionadas. Entre as cláusulas da TAG, está a exigência de uma reformulação das leis complementares que regulam o regime jurídico dos servidores federais, com o objetivo de aumentar a transparência e fornecer uma estrutura de cargas mais equilibrada e eficiente.

Alterações nas Leis e desafios legislativos
Em fevereiro deste ano, a prefeitura enviou à Câmara de Vereadores dois projetos para modificar as leis nº 190 e nº 199, que tratam do regime jurídico único dos servidores e do sistema remuneratório. Contudo, ambos os projetos foram retirados para ajustes técnicos e devem ser reapresentados em breve. Uma das principais cláusulas da TAG prevê que o município conclua a restrição das leis complementares e apresente um novo projeto até o final de 2024.

Relatório final e ameaça de penalidades
A prefeitura tem até o dia 10 de dezembro para entregar um relatório detalhado ao TCE/MS sobre as medidas tomadas para atender às exigências do TAG. Este documento deve incluir uma análise sobre os cortes salariais, as adequações nos contratos e as estratégias para aumentar a receita, como a possível contratação de novos auditores fiscais. A expectativa é que tais medidas ajudem o município a evitar avaliações e alinhar suas contas com a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Impacto direto nos servidores e na população
Para os servidores municipais, as reduções de salário e a restrição do 13º representam um golpe significativo, trazendo incertezas e apreensão em relação à estabilidade no emprego e à manutenção de benefícios. Com a prefeitura pressionada para corrigir suas finanças e evitar avaliações adicionais do TCE/MS, o impacto dessa estratégia deve ser sentido não apenas entre os servidores, mas também na população, que acompanha de perto os desdobramentos desse ajuste fiscal.

Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e siga nossas redes sociais.

*Com informações Campo Grande News