Política Cortes de gastos
Lula exige cortes em ministérios, mas mantém gastos presidenciais intactos
Promessas de equilíbrio fiscal contrastam com despesas crescentes do Palácio do Planalto
12/11/2024 09h18
Por: Tatiana Lemes
Foto: Ton Molina/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ordenou a inclusão de mais um ministério no pacote de cortes de gastos que seu governo vem discutindo há semanas, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O anúncio, feito na segunda-feira (11), ressalta a tentativa de apresentar um plano de austeridade enquanto as despesas do próprio gabinete presidencial permanecem fora do alcance da tesoura.

Haddad informou que as negociações já envolveram as pastas de Trabalho, Previdência, Desenvolvimento Social, Saúde e Educação, e que a decisão de incluir outro ministério partiu diretamente de Lula. No entanto, o nome da pasta que entrará no corte ainda não foi revelado. "Acredito que haverá boa vontade, mas não sei se teremos tempo hábil para incorporar o pedido do presidente", declarou o ministro.

Apesar de prometer equilíbrio fiscal, o governo evita tocar nos crescentes gastos da Presidência, que incluem despesas com viagens, publicidade e estrutura administrativa. "Estamos seguros sobre o que estamos fazendo. Queremos crescer com baixa inflação e controlar a economia de forma sustentável", afirmou Haddad, sem mencionar a discrepância entre o esforço exigido dos ministérios e o luxo mantido no Palácio do Planalto.

Lula se reunirá novamente com a equipe econômica nesta terça-feira (12) para finalizar as propostas, que devem ser apresentadas ao Congresso em breve. O contraste entre os sacrifícios impostos aos ministérios e a manutenção de privilégios presidenciais aumenta a pressão sobre o governo, colocando em xeque o discurso de responsabilidade fiscal.

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*Com informações Veja