Mato Grosso do Sul Celulose
Mato Grosso do Sul consolida liderança no setor de celulose com megainvestimento
Bracell anuncia construção de nova fábrica em Água Clara, reforçando o status do estado como “Vale da Celulose”
18/11/2024 09h09
Por: Tatiana Lemes
Foto: Bruno Chaves

Enquanto Mato Grosso do Sul se consolida como o “Vale da Celulose” com o anúncio de um investimento de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) pela Bracell, críticos levantam questionamentos sobre o real impacto social e ambiental do crescimento acelerado do setor. A nova fábrica, com capacidade para produzir 2,8 milhões de toneladas de celulose por ano, promete gerar empregos, mas também acender debates sobre concentração econômica e os limites de expansão florestal no estado.

O governador Eduardo Riedel comemorou o avanço no Fórum Empresarial Brasil-Indonésia, realizado no Rio de Janeiro, visando o ambiente de negócios favoráveis ​​e os incentivos fiscais como fatores determinantes.

“Estamos construindo um Mato Grosso do Sul mais forte e atrativo para grandes investidores. Esse investimento reforça nosso protagonismo no cenário nacional e internacional”, destacou.

Dependência econômica ou diversificação?

Embora o setor de celulose seja responsável por 24% da produção nacional e por milhares de empregos diretos e indiretos no estado, especialistas alertam para o risco de concentração econômica em um único segmento. Atualmente, Mato Grosso do Sul possui quatro fábricas em operação, sendo mais duas em fase de implantação, enquanto a monocultura do eucalipto avança sobre áreas de pastagem e agricultura tradicional.

“A expansão do setor florestal é uma vitória econômica, mas precisamos equilibrar esse crescimento com políticas que garantam a sustentabilidade ambiental e a diversificação da economia local”, afirma um analista independente.

Benefícios fiscais e de impacto ambiental: um equilíbrio delicado

A Bracell já opera em Água Clara e expandiu suas plantações para municípios vizinhos, como Santa Rita do Pardo e Bataguassu. Com o novo investimento, a empresa prevê a geração de 10 mil empregos durante as obras e 3 mil na operação, mas parte da sociedade questiona o custo ambiental desse crescimento.

Além disso, o modelo de incentivos fiscais do estado, fundamental para atrair grandes empresas, é alvo de críticas. O impacto sobre a arrecadação estadual e a sustentabilidade financeira de longo prazo são pontos que precisam ser debatidos.

Fórum Internacional e novas oportunidades

Durante o Fórum Empresarial Brasil-Indonésia, Riedel destacou as parcerias estratégicas que vêm sendo construídas com a Indonésia e a importância de posicionar Mato Grosso do Sul em agendas globais, como segurança alimentar, energética e sanitária.

Entretanto, enquanto o governo comemora o status de potência do setor de celulose, o desafio de integrar o crescimento econômico com justiça social e preservação ambiental permanece no radar.

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