Brasil Embaraço
A postura de Janja e o embaraço diplomático: Um erro que joga combustível na crise
Primeira-dama provoca um novo episódio de tensão internacional e reforça a polarização política no Brasil
18/11/2024 10h38
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A recente declaração de Rosângela da Silva, a Janja, xingando o empresário Elon Musk durante um evento do G20, foi um erro monumental para o governo Lula. Em um momento crucial de diplomacia internacional, a primeira-dama escolheu atacar Musk com um “fuck you” em tom de brincadeira, gerando uma onda de críticas e repercussões negativas.

A fala não apenas prejudicou as relações do Brasil com o magnata, próximo ao bolsonarismo, mas também serviu de munição para aliados de Jair Bolsonaro nas redes sociais, que rapidamente aproveitaram a oportunidade para lançar ataques agressivos, incluindo menções machistas. A repercussão, inevitavelmente, colocou o governo em uma posição defensiva. Aliados do ex-presidente chegaram a destacar que este foi mais um “problema diplomático”, o que não é novidade no Brasil, dado o histórico de confrontos ideológicos que marcaram a política externa durante o governo Bolsonaro.

A tentativa de Janja de defender a regulamentação das plataformas e combater a desinformação se perde em meio à ofensiva desnecessária contra Musk, que já tem um histórico de atritos com o Supremo Tribunal Federal (STF) e que, com suas posturas polarizadoras, não necessita de mais combustível para aumentar a crise. Além disso, o episódio ainda teve repercussões internas, especialmente em relação à busca por uma postura pragmática no G20, onde o Brasil tenta reduzir atritos com potências como a Argentina e figuras próximas a Musk.

Ao invés de promover o diálogo construtivo, a atitude impulsiva de Janja reflete uma falta de estratégia e compreensão da importância da diplomacia. Mais do que um simples desabafo, o xingamento é uma facada nas tentativas do governo de construir um relacionamento estável com novos aliados e resolver pendências políticas. Não estamos falando apenas de uma crise diplomática, mas de uma falha grave no papel institucional que a primeira-dama deveria desempenhar.

O governo Lula, já afogado em desafios internos e externos, precisa repensar os limites das manifestações de seus membros. A postura de Janja, que deveria ser exemplar, acaba sendo mais um reflexo da polarização que divide o país, comprometendo ainda mais a imagem internacional do Brasil.

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*Com informações R7