O impacto no bolso dos brasileiros, especialmente na hora de comprar frutas, nunca foi tão pesado. Com aumentos de preços que chegam a 16% em apenas 12 meses, as frutas essenciais à alimentação da população se tornaram luxos no mercado popular. O preço do abacate, por exemplo, já beira os R$ 25 o quilo, levando muitos consumidores a fracionar a compra para conseguir seguir consumindo.
A laranja, tradicionalmente um alimento básico e barato, também viu seu preço subir para níveis comparáveis aos de produtos importados. O aumento de preços não se limita a uma fruta ou outra: tangerina, limão, abacaxi e até laranja-lima também têm visto variações que não param de surpreender os consumidores. Com uma média de aumento de 16%, as frutas agora são mais caras do que a inflação oficial, o que provoca uma pressão ainda maior sobre o orçamento das famílias.
Segundo o professor de economia da FGV, Felipe Serigati, a situação se deve a uma combinação de fatores climáticos, como a seca e as altas temperaturas, que têm prejudicado a produção de pomares. Além disso, o aumento da valorização do dólar também tem impactado diretamente o custo das frutas no Brasil, especialmente as que são precificadas em dólares, como a laranja. Mesmo sendo o maior produtor mundial, o Brasil sofre com a dependência do mercado internacional para a formação de preços.
O que tem gerado mais indignação entre os consumidores é o abismo entre os preços internos e os de mercados internacionais. Muitos questionam como pode ser mais caro consumir frutas cultivadas no Brasil do que em outros países. A lógica de preços, muitas vezes vista como desproporcional, levanta críticas sobre o mercado interno e a falta de controle sobre a formação dos custos.
Em um cenário de inflação galopante e crise de confiança nas políticas econômicas, o aumento abusivo dos preços das frutas deixa claro que o poder de compra do brasileiro continua em declínio. Se nada for feito para controlar essa escalada, o impacto será ainda mais devastador para as famílias que já enfrentam dificuldades para equilibrar seu orçamento.
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*Com informações Gazeta Brasil