O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), analisa junto aos seus advogados se irá ou não recorrer da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Na madrugada desta segunda-feira (9), o ministro determinou o afastamento do cargo do governador do DF pelo prazo inicial de 90 dias. A decisão foi tomada no domingo (8), após manifestantes invadirem sedes dos Três Poderes.
Fontes do relataram que o governador está se sentindo isolado, em especial dentro do seu partido, o MDB. E, durante reunião com os demais governadores na noite de domingo, Rocha teria contado com o apoio dos demais governadores.
A pessoas próximas ao governador, que é advogado, definiu como “absurda” a decisão monocrática tomada pelo STF, que, segundo interlocutores, Ibaneis acredita que teria que ter passado antes pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Após a decisão de Alexandre de Moraes, teria ouvido que não era possível que ele fosse acolhido dentro do grupo dos chefes dos entes federativos. Agora, Ibaneis estaria “colhendo provas” para que a culpa pelos atos não fique somente com ele.
Em nota oficial, Ibaneis disse respeitar a decisão de Moraes - “Mas reitero minha fé na Justiça e nas instituições democráticas”, acrescentou. Afirmou que “vai aguardar com serenidade a decisão sobre as responsabilidades nos lamentáveis fatos que ocorreram e nossa capital”.
“Confio que ao curso da apuração de responsabilidades será devidamente esclarecido o papel de cada um dos agentes públicos”, pontuou em um trecho do comunicado.
Ibaneis, exonerou o então secretário de Segurança Pública do DF, o ex-ministro Anderson Torres, após as depredações começarem. Disse respeitar decisão de Moraes e confiar na Justiça
Com a decisão de Moraes, Celina Leão (PP) será governadora do Distrito Federal pelos próximos 90 dias. Ela foi eleita vice-governadora do DF na chapa de Ibaneis no primeiro turno do pleito do ano passado.
Leia a íntegra da nota divulgada por Ibaneis Rocha
“Diante do grave episódio de invasão das sedes dos três poderes da República neste domingo e das providências já adotadas pelo Executivo Federal e Judiciário, venho a público reafirmar e minha inabalável defesa e crença nas instituições, no Estado de Direito Democrático, na observância das leis e da Constituição, princípios que forjaram a minha carreira de advogado e homem público.
Confio que ao curso da apuração de responsabilidades será devidamente esclarecido o papel de cada um dos agentes públicos, bem como a inteira disposição do Governo do Distrito Federal no sentido de evitar todo e qualquer ato que atentasse contra o patrimônio público de nossa Capital, jamais esperando que a situação atingisse o ponto a que, infelizmente, assistimos.
Além do mais veemente repúdio às cenas de barbarismo amplamente divulgadas, necessário se faz buscar, sim, a responsabilização de toda a rede que possa existir de financiamento de atos antidemocráticos, observando-se, por óbvio, o devido processo legal.
Reitero a minha inteira solidariedade aos presidentes e integrantes dos Poderes constituídos, na certeza de que sairá a democracia fortalecida perante os olhos do mundo, do povo do Distrito Federal e de todo o Brasil.
Em outros momentos graves, agi com rigor de forma a proteger não apenas o patrimônio, mas a honra do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, como na tentativa de invasão de maio de 2020, quando várias pessoas foram presas.
Respeito a decisão do Ministro Alexandre de Moraes, mas reitero minha fé na Justiça e nas instituições democráticas. Vou aguardar com serenidade a decisão sobre as responsabilidades nos lamentáveis fatos que ocorreram em nossa Capital.”
Celina Leão (PP) será governadora do Distrito Federal pelos próximos 90 dias