Economia Abono salarial
Governo Federal impõe novo limite para o abono salarial: valor cai para R$ 2.640
Medida anunciada por Haddad, altera regra e restringe acesso ao benefício de mais de 60% dos trabalhadores formais
28/11/2024 09h27
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Em um movimento que promete gerar polêmica, o governo federal anunciou nesta quinta-feira (28) a fixação do novo valor de R$ 2.640 para o abono salarial, uma redução significativa em relação ao limite atual, que pode chegar a até duas oscilações mínimas . A medida, que já havia sido antecipada na quarta-feira (27) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem como objetivo restringir o acesso ao benefício a uma parcela menor da população trabalhadora formal.

A proposta estipula que a renda para ter direito ao abono será corrigida anualmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), com o valor máximo do benefício atingindo 1,5 salário mínimo. A alteração na regra, que já está prevista na Constituição, pretende adequar o pagamento a uma faixa de rendimento mais restrita, atingindo principalmente aqueles que ganham salários mais baixos.

Atualmente, o abono beneficiário salarial de trabalhadores com carteira assinada que tenham atuado por pelo menos 30 dias no ano, e mais de 60% dos trabalhadores formais estão aptos a receber o benefício. No entanto, a medida impacta diretamente esses trabalhadores, pois limita ainda mais o número de beneficiários e pode afetar a renda de quem mais depende desse auxílio para complementar o orçamento familiar.

Ao alterar as classificações de acesso ao abono salarial, o governo tentou ajustar os gastos públicos em meio a um cenário de pressão fiscal, mas a decisão gerou descontentamento entre setores da sociedade que veem a medida como um corte direto nos direitos dos trabalhadores. A nova proposta pode diminuir a representatividade do benefício, que hoje é responsável por mais de 85% da renda real média do trabalhador brasileiro, e criar uma lacuna crescente entre as camadas de renda mais baixas do país.

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*Com informações CNN