Política Fragilidade
Arthur Lira expõe fragilidade do governo Lula: “Nem votos para urgência o Planalto tem”
Presidente da Câmara critica instabilidade e falta de apoio à base governista em meio à crise com emendas parlamentares
04/12/2024 18h49
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), escancarou nesta quarta-feira (4) a fragilidade política do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo Lira, o Palácio do Planalto não dispõe sequer do número mínimo de votos necessários para aprovar o regime de urgência de projetos cruciais, como o pacote de revisão de gastos públicos.

"Hoje, o governo não tem votos sequer para aprovar as urgências dos PLs", afirmou Lira durante um evento em Brasília. Ele destacou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que também faz parte do pacote, sequer conseguiu avançar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sendo retirada de pauta a pedido do próprio governo diante da falta de apoio.

O regime de urgência, que permite a tramitação direta no plenário sem passar pelas comissões, exige 257 votos, uma maioria que o Planalto claramente não tem. A crise foi agravada por insatisfações entre parlamentares após a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que liberou as emendas parlamentares, mas com ressalvas que desagradaram parte da base.

Turbulência entre os Poderes
Lira também criticou o clima de instabilidade institucional: "É um momento de muita turbulência interna, por causa de acontecimentos que extrapolam os limites constitucionais entre os Poderes", disse. O líder alagoano ressaltou que ações como a de Flávio Dino são vistas como interferências do Executivo no Legislativo, o que dificulta a articulação política do governo.

Apesar das dificuldades, Lira mantém a expectativa de votar os requerimentos de urgência ainda nesta quarta-feira. Porém, o cenário nos bastidores é de tensão, com deputados demonstrando resistência diante do enfraquecimento da base governista e da crescente desconfiança em relação ao governo Lula.

*Com informações Metrópoles