Economia Juros
Copom inicia última reunião do ano com expectativa de alta nos juros; divergências aumentam no mercado
Taxa de juros pode subir 0,75 ou até 1 ponto percentual, enquanto cenário econômico instável e a saída de Roberto Campos Neto geram incertezas
10/12/2024 11h42
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) iniciou sua última reunião de 2024 com expectativas de um aumento na taxa de juros de 0,75 ponto percentual, elevando-a para 12%. No entanto, alguns analistas projetam uma alta ainda maior, de 1 ponto percentual, em meio a um cenário econômico instável. Esta reunião marca o fim da gestão de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central, que se despede do cargo no dia 31 de dezembro. A partir de 1º de janeiro, Gabriel Galípolo assumirá a presidência da instituição, e outros diretores, como Otávio Damaso e Carolina de Assis Barros, também participam pela última vez dessa reunião.

Desde a última reunião do Copom, o mercado financeiro tem demonstrado crescente descontentamento com as medidas do governo, especialmente em relação ao pacote de cortes de gastos, o que resultou em uma valorização do dólar. As expectativas inflacionárias também aumentaram, com a mediana do relatório Focus para a inflação de 2026 passando de 3,86% para 4,16%. Apesar desses desafios, a economia apresentou sinais de resiliência, com um crescimento de 0,9% no PIB no terceiro trimestre e uma taxa de desemprego de 6,2%.

Esses fatores geraram um ambiente de incerteza, gerando divergências nas previsões sobre a elevação dos juros. Enquanto instituições financeiras como Itaú Unibanco e BTG Pactual projetam um aumento de 1 ponto percentual, outras, como Santander, Goldman Sachs e Citi, acreditam que a alta será de 0,75 ponto. A inflação acumulada nos últimos 12 meses também apresentou leve aumento, subindo de 4,76% para 4,87%.

A decisão do Copom, que ocorre em um momento de transição política e econômica, terá um impacto significativo sobre a economia brasileira em 2025, influenciando desde o custo do crédito até a dinâmica de consumo e investimento. O mercado aguarda com atenção as decisões finais do comitê, que devem indicar o rumo das políticas monetárias para o próximo ano.

*Com informações Jovem Pan