O dólar registrou uma alta nesta terça-feira (17), atingindo R$ 6,18, enquanto o Ibovespa subiu após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento indicava a orientação das expectativas de inflação e do aumento da atividade econômica, mesmo em um cenário de política monetária contracionista.
Com a alta da moeda, o Banco Central (BC) interveio no mercado e vendeu US$ 1,272 bilhão em leilão à vista, aceitando propostas com impostos de R$ 6,1005 por dólar. Por volta das 11h50, o dólar à vista subia 0,57%, sendo negociado a R$ 6,1782, após ter atingido a marca de R$ 6,18 mais cedo.
Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, avançou 0,34%, alcançando 123.986,23 pontos.
Na segunda-feira (16), o dólar já havia renovado sua máxima histórica, mesmo após o BC realizar a venda de US$ 1,6 bilhão. A alta da moeda foi atribuída, em parte, ao impacto do pacote fiscal anunciado pelo governo e à percepção dos agentes econômicos, conforme relatado pela ata do Copom. O documento também revelou que a alta da taxa básica de juros foi influenciada pelo aumento do dólar e pelas expectativas de inflação.
“Ficou claro o 'recado' do BC ao governo, exigindo políticas econômicas mais previsíveis e anticíclicas, além de uma crítica velada aos gastos públicos”, afirmou Fernando Bergallo, diretor da FB Capital.
O cenário externo também influenciou o mercado, com os investidores aguardando a reunião do Federal Reserve, prevista para quarta-feira, que deverá anunciar uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros. No Brasil, o mercado está atento à votação da regulamentação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, marcada para às 14h00.
O principal motivo de preocupação para os investidores é a possibilidade de o governo não conseguir aprovar as medidas de contenção de gastos até o final do ano, especialmente com o recesso parlamentar se aproximando. Os obstáculos incluem a ausência do presidente Lula nas negociações, devido à sua recuperação de cirurgia, e a questão das emendas parlamentares.
“Esse cenário de incerteza fiscal está impulsionando a alta do dólar, com o mercado aguardando o final da votação do pacote de cortes de gastos”, afirmou João Duarte, sócio da One Investimentos.
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*Com informações Reuters