Economia Pressão
Alta do dólar e pressão da indústria: o consumidor vai pagar a conta da inflação
Setor varejista se vê obrigado a repassar reajustes de até 10%, encarecendo ainda mais os produtos para o consumidor final
18/12/2024 10h13 Atualizada há 1 mês
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A economia brasileira vive uma pressão insustentável, e quem vai arcar com os custos são os consumidores. A alta constante do dólar, que chegou a R$ 6,20, tem impulsionado o setor industrial a exigir reajustes significativos dos preços dos insumos, impactando diretamente o varejo. Este aumento de custos, que já vem sendo repassado aos preços, coloca os brasileiros em uma situação cada vez mais difícil, com inflação em ascensão e poder de compra em queda.

Fontes do setor varejista revelam a pressão intensa vinda da indústria, que exige ajustes de 8% a 10% nos preços dos produtos. A indústria, em especial os setores de higiene e limpeza, alimentos e eletrodomésticos, busca desesperadamente renegociar contratos, já que a alta do dólar encarece insumos importados, como componentes químicos derivados do petróleo, que são essenciais para a produção desses produtos. Com a cotação da moeda americana elevando ainda mais o custo da produção, o repasse para o consumidor final é inevitável.

“O varejo não vai suportar essa pressão. A tendência é de que, a partir de janeiro de 2025, os preços subam de forma significativa, impactando diretamente o bolso do consumidor”, afirmou um representante do setor sob anonimato. O cenário é especialmente desafiador devido à manutenção da moeda americana em patamares elevados, que, além de encarecer a importação de insumos, favorece as exportações, criando um ambiente desfavorável para a economia interna.

Enquanto os setores industriais e exportadores tentam proteger seus lucros, como no caso da agroindústria e da carne bovina, os brasileiros, que já enfrentam uma recuperação econômica lenta, são mais uma vez os grandes prejudicados. Com o impacto da inflação, o poder de compra do consumidor se vê cada vez mais reduzido. E o aumento das taxas de juros, acompanhado de uma Selic elevada, só agrava a situação.

O Banco Central tem tentado intervir com leilões de dólares para conter a escalada da moeda, mas os efeitos parecem não surtir tanto efeito diante de uma política econômica de contornos cada vez mais nebulosos. Para analistas, as medidas de contenção, como o pacote fiscal anunciado pelo governo, não são suficientes para combater a pressão inflacionária que vem sendo impulsionada principalmente pelos custos mais elevados da indústria.

Com o mercado cada vez mais em alerta, o grande perdedor da situação é o consumidor brasileiro, que terá que lidar com a pressão de uma inflação crescente e o aumento contínuo de preços. O cenário para 2025 não é nada promissor, e as expectativas são de que o ano comece com um impacto financeiro significativo para os lares brasileiros.

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*Com informações CNN