Em 2024, o Brasil vê sua moeda se desvalorizar dramaticamente, com o dólar fechando em R$ 6,12 na quinta-feira (19), um salto de 20,88% em relação ao início do ano, quando o real valia R$ 4,85. Embora o salário da maioria dos brasileiros ainda seja fixado em reais, a alta do dólar tem impactos diretos no bolso da população, afetando desde itens básicos até produtos mais caros.

Com a aceleração da cotação após o anúncio do pacote fiscal do governo, que incluiu isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, o impacto no mercado interno é inegável. Economistas explicam que a valorização da moeda estrangeira favorece as exportações, mas, ao mesmo tempo, limita a oferta de produtos no mercado local, o que inevitavelmente aumenta os preços. O mais preocupante é o encarecimento de itens importados e produtos do agronegócio, como carne e café, que têm forte vínculo com a moeda norte-americana.

O efeito da alta do dólar sobre a inflação é alarmante. Produtos agrícolas, como grãos e carnes, já estão mais caros devido ao impacto dos custos de fertilizantes importados e da cotação do dólar. “Se o dólar valoriza 20% em um ano, a inflação que já está em 5% se soma a essa pressão, tornando a cesta de produtos mais cara”, alerta o economista Cesar Bergo, da Universidade Nacional de Brasília (UnB).

Com as exportações mais atraentes, itens como carne e café se tornam mais voltados para o mercado externo, forçando um aumento nos preços internos. O mesmo ocorre com eletrônicos, cujos componentes dependem de importações, tornando inevitável o aumento no preço de celulares, televisores e outros produtos tecnológicos. Mesmo com a expectativa de uma boa safra agrícola em 2025, o alívio para os consumidores ainda está distante.

A persistente alta do dólar é um sinal de alerta para o Brasil, que deverá encerrar o ano com inflação superior a 5%, acima da meta estabelecida pelo Banco Central. Esse cenário coloca a população frente a uma realidade de custos mais altos e um futuro de incertezas econômicas, onde a estabilidade do real parece cada vez mais distante.

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*Com informações Metrópoles