Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, permanecerá no cargo. Depois da invasão dos prédios da Praça dos Três Poderes, Múcio foi alvo dos próprios petistas e aliados que tentaram derrubá-lo, sob acusação de omissão ou conivência.

O deputado André Janones (Avante-MG), da base de Lula, chegou a publicar um tuíte na noite de terça-feira (10) falando que Múcio se demitiria em poucas horas, informação que foi negada pelo ministro.

Na quinta-feira (12), Lula mostrou aos seus aliados que ele comanda o Sistema, e disse que confia em Múcio e não pode demitir um ministro cada vez que ele comete um erro.

“Quem coloca ministro e tira ministro é o presidente da República. O José Múcio fui eu que trouxe para cá. Ele vai continuar sendo o meu ministro, porque eu confio nele. Tenho o mais profundo respeito por ele, ele vai continuar. Se eu tiver que tirar ministro cada hora que ele comete um erro vai ser a maior rotatividade de mão de obra da história do Brasil”, declarou o petista.

Lula também mandou um recado às Forças Armadas, comandadas pelo Ministério da Defesa, para reforçar que devem ser submissos e obedecer aos seus comandos.

“As Forças Armadas não são poder moderador como eles pensam que são. As Forças Armadas têm um papel definido na Constituição que é a defesa do povo brasileiro e a defesa da nossa soberania contra conflitos externos. É isso que eu quero que eles façam bem feito”, disse.

O petista disse que já conversou com os comandantes sobre o que "ele entende" como o papel dos militares, e demonstra repúdio aos apoiadores de Jair Messias Bolsonaro.

“Estamos apenas há 12 dias no governo, nem terminamos ainda de montar o governo, até agora foram indicadas poucos, estamos fazendo uma triagem profunda. A verdade é que no Palácio estava repleto de bolsonaristas e militares”, afirmou Lula.