Política Taxação
Haddad adota cautela diante de taxação de aço e alumínio anunciada por Trump
Ministro afirma que governo aguardará decisão oficial dos EUA antes de se posicionar
10/02/2025 11h02
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira (10) que o governo brasileiro só se manifestará oficialmente após a decisão concreta dos Estados Unidos sobre a implementação de novas tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio. O anúncio da medida foi feito no domingo (9) pelo presidente americano Donald Trump.

“O governo tomou a decisão de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas, não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos. Vamos aguardar uma decisão oficial antes de qualquer manifestação”, disse Haddad a jornalistas.

Impactos diretos ao Brasil
Se confirmada, a taxação atingirá em cheio o Brasil, atualmente o terceiro maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, atrás apenas de Canadá e México. Em 2024, o país exportou mais de 4 milhões de toneladas de aço para o mercado americano, que utiliza 25% de aço importado em sua economia.

O Departamento de Comércio americano aponta que 18% das peças de ferro fundido, ferro ou aço utilizadas nos EUA em 2023 foram fornecidas pelo Brasil. Com essa dependência, qualquer mudança tarifária pode gerar impacto significativo na balança comercial brasileira.

Cenário global e postura do governo brasileiro
A taxação é parte da estratégia tarifária adotada por Trump desde que reassumiu a Casa Branca, em janeiro de 2025, com medidas similares aplicadas a México, Canadá e China. No entanto, negociações com os dois primeiros países resultaram em suspensões temporárias das tarifas.

Além do aço, o governo brasileiro também mantém cautela em relação às big techs. Questionado sobre uma possível antecipação do projeto de taxação dessas empresas, Haddad afirmou que qualquer decisão dependerá da orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a implementação das medidas nos Estados Unidos.

O cenário exige atenção estratégica, já que as exportações de aço e alumínio representam um setor crucial para a economia brasileira. Enquanto isso, o Brasil segue aguardando desdobramentos oficiais antes de planejar suas próximas ações.

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*Com informações Metrópoles