O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), intensifica esforços para amenizar a crise entre o Legislativo e o Judiciário, com foco nas investigações envolvendo as emendas parlamentares. Com conversas informais agendadas com o Supremo Tribunal Federal (STF) nos próximos dias, Alcolumbre busca um acordo antes da Audiência de Contextualização e Conciliação marcada pelo ministro Flávio Dino para 27 de fevereiro.
Principalmente defensor das emendas, Alcolumbre teme os impactos da ação relatada por Dino, que estabelece maior transparência e rastreabilidade na execução desses recursos. As emendas, segundo aliados, são a principal fonte de seu poder político na Casa.
No entanto, o cenário é delicado. Quase meio bilhão de reais está sob escrutínio do Ministério Público Federal (MPF), com 229 investigações abertas para fiscalizar repasses a 224 cidades. A operação Overclean, relatada pelo ministro Nunes Marques, é a mais preocupante, envolvendo o empresário José de Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, e o deputado federal Elmar Nascimento (União-BA), líder do partido na Câmara.
Enquanto Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, articula com líderes partidários soluções para as exigências de transparência, a cúpula do Congresso observa com apreensão o julgamento, pela Primeira Turma do STF em 25 de fevereiro, da primeira denúncia relacionada às irregularidades nas emendas.
Procurado, Alcolumbre preferiu o silêncio, mas suas ações nos bastidores indicam uma tentativa desesperada de manter o controle político em meio ao avanço das investigações. O desfecho pode redefinir o equilíbrio de poder no Congresso e a relação com o STF.
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*Com informações CNN