Durante evento da Petrobras no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a alta dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha é resultado do aumento do ICMS estadual e de práticas de intermediários, eximindo o governo federal de responsabilidade direta. A declaração gerou polêmica, especialmente pela fala do presidente de que “o povo é assaltado pelo intermediário, e a fama fica nas costas do governo”.
Lula defendeu que os preços praticados nos postos de combustíveis não refletem os valores de saída da Petrobras. “A gasolina sai da Petrobras a R$ 3,04, mas na bomba é vendida a R$ 6,49. É importante informar a população disso para o povo saber quem xingar na hora que aumenta”, afirmou.
Embora o presidente tenha atribuído a alta dos combustíveis ao ICMS estadual e às margens de lucro dos intermediários, economistas destacam que a política econômica do governo tem contribuído para a escalada inflacionária. Medidas inconsistentes e a falta de controle sobre os reajustes de tributos e insumos têm impactado diretamente o bolso dos brasileiros.
Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) indicam que o preço médio da gasolina atingiu R$ 6,37 na última semana, enquanto o gás de cozinha ultrapassou R$ 107. Críticos apontam que, apesar de culpar os intermediários, Lula não apresentou soluções práticas para conter a inflação ou reduzir os impactos sobre a população.
A tentativa de Lula de transferir a responsabilidade pelo aumento dos preços ocorre em um momento de baixa popularidade. O governo federal enfrenta rejeição crescente, com apenas 24% dos brasileiros considerando sua gestão boa ou ótima, segundo pesquisa Datafolha.
A fala de Lula sobre o “assalto” praticado por intermediários soa como um reconhecimento de sua incapacidade de controlar o sistema, segundo analistas políticos. “O povo está pagando o preço triplicado por causa de erros de gestão e pela falta de medidas estruturais para conter os impactos da inflação”, afirmou um economista ouvido pela reportagem.
Enquanto o governo insiste em discursos para minimizar sua responsabilidade, a população continua enfrentando as consequências diretas da falta de uma estratégia eficiente para estabilizar a economia e mitigar o aumento do custo de vida.
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*Com informações Metrópoles