Esportes Futebol
Calor extremo ameaça a Copa do Mundo de 2026; segurança dos jogadores é foco de estudo
Pesquisadores alertam sobre o risco de altas temperaturas nas cidades-sede e sugerem mudanças nos horários das partidas para evitar estresse térmico
26/02/2025 13h31
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A Copa do Mundo de 2026, que será realizada em três países — Estados Unidos, México e Canadá — está sendo analisada com atenção devido às preocupações com o calor extremo esperado para o período do torneio, de 11 de junho a 19 de julho. Segundo um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Queens Belfast, na Irlanda do Norte, as cidades-sede podem enfrentar temperaturas perigosas durante a competição, colocando em risco a saúde dos jogadores.

O estudo revelou que, com base nos dados meteorológicos dos últimos 20 anos, 14 das 16 cidades que receberão os jogos podem experimentar temperaturas de risco para a prática de esportes, especialmente no horário de pico de calor. Apenas Vancouver, no Canadá, e a Cidade do México estão fora desta previsão preocupante. Cidades como Dallas, Houston, Atlanta e Monterrey, no México, estão entre as mais afetadas.

Para medir o impacto do calor nas condições de jogo, os pesquisadores sugerem o uso do índice WBGT (Wet Bulb Globe Temperature), que combina a temperatura, umidade, radiação solar e velocidade do vento para avaliar o estresse térmico. Esse índice é usado pela FIFA para decidir sobre as pausas para hidratação durante os jogos. O pesquisador Douglas Casa, da Universidade de Connecticut, propôs que a FIFA reduzisse a temperatura de alerta para 28 graus no índice WBGT, ao invés dos 32 graus atualmente em vigor, visto que o tempo de interrupção de três minutos não seria suficiente para garantir a segurança dos jogadores.

A última Copa do Mundo nos Estados Unidos, em 1994, ficou marcada pelo calor intenso, especialmente na final entre Brasil e Itália, quando os termômetros chegaram a 40 graus. O lateral Jorginho, da seleção brasileira, lembrou que as altas temperaturas prejudicaram o desempenho dos atletas e comprometeram a qualidade do jogo. Esse evento histórico serve como alerta para a Copa de 2026, e os organizadores devem evitar marcar partidas nos horários mais quentes do dia, principalmente em cidades com climas mais extremos.

Em resposta às preocupações, a FIFA já garantiu que a saúde e o bem-estar dos jogadores serão uma prioridade na organização do calendário de 2026. A entidade anunciou que os horários dos jogos serão divulgados em dezembro deste ano e que, em locais com clima mais quente, os jogos deverão ocorrer à noite, em horários mais frescos. Além disso, pausas mais longas para reidratação serão implementadas, com o objetivo de minimizar os riscos de desidratação e exaustão térmica.

A segurança dos atletas é fundamental para o sucesso da competição, e mudanças no formato e nos horários dos jogos são essenciais para evitar os problemas enfrentados por jogadores e árbitros em torneios anteriores, como a Copa América de 2024, onde o calor extremo foi um desafio significativo. A Copa de 2026, portanto, promete ser um evento inovador, no qual as condições climáticas serão tão importantes quanto as habilidades dos jogadores em campo.

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