A relação entre o Brasil e os Estados Unidos atingiu um novo nível de tensão nesta semana, após o governo norte-americano emitir um comunicado oficial condenando a atuação de Alexandre de Moraes, ministro do STF. A Casa Branca está agora aguardando uma resposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o caso, com a ameaça de aumentar as pressões sobre o governo brasileiro caso não haja uma ação para concordar o que os EUA consideram uma forma de censura promovida no país.
No dia 17 de fevereiro, foi antecipado que Donald Trump tomaria medidas contra Moraes, começando com discursos e sequências por avaliações que poderiam afetar tanto o magistrado quanto ao próprio governo de Lula. O movimento de Trump foi iniciado oficialmente nesta quarta-feira (26), deixando claro que os próximos passos dependerão da posição do presidente brasileiro.
A expectativa de Washington é que, ao impor avaliações contra Moraes, as autoridades brasileiras recuem com o recebimento de se tornarem alvos da ofensiva americana. O objetivo, aparentemente, é isolar o ministro do STF, afastando-o de sua posição de proximidade com o governo. No entanto, as declarações de Lula indicam que ele não abandonará o apoio a Moraes. O presidente petista foi enfático em suas palavras, após o denunciante da Procuradoria-Geral da República (PGR) Jair Bolsonaro no inquérito do golpe, elogiando o trabalho do ministro.
“Ninguém vai nos fazer mudar de rumo. Não adianta ameaçar pela Justiça, não adianta perseguir o Alexandre de Moraes”, afirmou Lula, destacando seu apoio irrestrito ao magistrado. Esse posicionamento desafiante as pressões externas reflete a teimosia do presidente em manter seus aliados, mesmo quando isso coloca o Brasil em rota de colisão com uma potência global como os Estados Unidos.
Por sua vez, o governo brasileiro foi pego de surpresa pela nota crítica do Departamento de Estado norte-americano, que classificou a ação judicial brasileira como uma tentativa de censura. O Itamaraty, que vem se esforçando para aproximar os dois países, expressou desconforto, afirmando que o Brasil não permitirá a politização das decisões judiciais. A chancelaria também reafirmou a importância da independência do poder judiciário, principalmente no contexto das investigações sobre a tentativa de golpe de 2022.
Enquanto o impasse diplomático entre Brasil e Estados Unidos se intensifica, o cenário permanece incerto. Ambos os líderes, Trump e Lula, parecem certos de seguir com seus posicionamentos, e a expectativa é que essa disputa ganhe novos capítulos nos próximos dias, com repercussões que podem reverberar muito além das fronteiras nacionais.
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*Com informações Metrópoles