Mato Grosso do Sul Divergências
Candidatura de Puccinelli provoca turbulência no MDB e ameaça união do partido
Deputados enxergam risco de perder espaço e já consideram abandonar a sigla na próxima janela partidária
28/02/2025 08h21
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A calmaria no MDB de Mato Grosso do Sul durou pouco. Após a reconciliação entre André Puccinelli e Simone Tebet, que havia sinalizado uma trégua nas disputas internas, o partido enfrenta um novo impasse. O motivo? A pré-candidatura de Puccinelli a deputado estadual nas eleições do próximo ano.

O anúncio não foi bem recebido pela bancada estadual do MDB, composta por Márcio Fernandes, Junior Mochi e Renato Câmara. Os parlamentares temem que a entrada do ex-governador na disputa comprometa suas reeleições, criando um clima de descontentamento. Há, inclusive, movimentações para que deixem o partido quando a janela partidária for aberta.

Entre os possíveis destinos, Márcio Fernandes pode migrar para uma legenda ligada ao grupo político de Eduardo Riedel (PSDB) e Reinaldo Azambuja (PSDB). Mochi, apesar de ser considerado aliado histórico de Puccinelli, estaria de olho no Partido Progressista (PP), liderado pela senadora Tereza Cristina.

Esse novo conflito resgata as tensões de 2022, quando Puccinelli acusou parte da bancada de apoiar Riedel já no primeiro turno das eleições. Na ocasião, Márcio Fernandes ameaçou disputar a presidência do partido contra o grupo do ex-governador, mas um acordo selado com a eleição de Waldemir Moka à presidência trouxe, ainda que temporariamente, a paz à sigla.

Apesar das críticas, Puccinelli defende sua candidatura como um passo para fortalecer o MDB. Ele argumenta que a presença dele na disputa pode ampliar a bancada estadual, elegendo quatro deputados em vez dos atuais três. No entanto, a resistência interna e a ameaça de deserção colocam em xeque a estabilidade do partido, que segue dividido entre interesses individuais e o futuro coletivo.

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*Com informações Investiga MS