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“Luxo na mesa”: brasileiros trocam alimentos e driblam preços para garantir o básico
Famílias de baixa renda enfrentam dificuldades para manter alimentação básica devido à inflação dos alimentos e recorrem a substituições e ajustes no consumo
12/03/2025 12h07
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

"Driblar os preços" virou a rotina de milhões de brasileiros diante da escalada da inflação dos alimentos. A inflação dos alimentos, que atingiu 7,69% em 2024 e se mantém em alta, transformou itens antes comuns em artigos de luxo. Ovos, café e laticínios foram sumariamente cortados da lista de compras de muitas famílias, que se veem obrigadas a recorrer a alternativas mais baratas e menos nutritivas.

"Algumas coisas que eram comuns na mesa, como café ou ovos, por exemplo, viraram artigos de luxo nos últimos meses", lamenta Marisa Munção, diretora do Instituto Josefina Bakhita.

A estratégia de intercalar o consumo de café entre os membros da família e criar um "bolinho de chuva" para matar a fome expõe a criatividade e a resiliência dos brasileiros diante da crise. Mas a troca de alimentos essenciais por opções mais baratas e menos nutritivas tem um alto custo para a saúde e o desenvolvimento, especialmente de crianças.

"A desigualdade se mede muito pela qualidade dos alimentos que as pessoas das diferentes classes comem", alerta a advogada Léa Vidigal, especialista em soberania alimentar.

Enquanto o governo federal tenta conter a alta dos preços com medidas como a isenção de impostos de importação de alguns produtos básicos, a população busca alternativas para driblar a inflação e garantir o mínimo na mesa. Mas a luta diária para alimentar a família expõe a fragilidade da segurança alimentar no país e a necessidade de políticas públicas mais eficazes para proteger os mais vulneráveis.

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