Política Fusão partidária
PSDB-MS resiste à fusão com Podemos e ameaça debandada de lideranças
Ala ligada a Reinaldo Azambuja critica caminho nacional e avalia saída do partido
14/03/2025 09h23
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O diretório do PSDB em Mato Grosso do Sul, maior reduto tucano no Brasil, enfrenta tensão interna diante da possibilidade de fusão ou federação com o Podemos, articulada pela direção nacional. Lideranças estaduais, insatisfeitas com os rumos propostos, indicam que uma aliança com o Podemos pode gerar uma debandada significativa, incluindo figuras de peso como o ex-governador Reinaldo Azambuja e aliados.

A proposta de fusão com o Podemos é vista com ceticismo pelas lideranças sul-mato-grossenses, que avaliam a movimentação como insuficiente para fortalecer o partido, já que a nova sigla continuaria com alcance limitado. O PSDB local defende uma aliança com o PSD, mas negociações com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, esbarraram na resistência dos tucanos em aceitar uma incorporação que diluiria a identidade partidária.

Na esteira das articulações, o PSDB também tentou aproximação com o MDB, mas o diálogo não avançou. Diante do impasse, a direção nacional passou a priorizar partidos menores, como o Podemos, cenário que desagrada lideranças no Estado.

Risco de esvaziamento
Caso a parceria com o Podemos se concretize, Reinaldo Azambuja já sinalizou sua saída do PSDB, levando consigo grande parte da base local. Apenas o deputado estadual Pedro Caravina, figura histórica do partido no Estado, deve permanecer. Entre os descontentes, o deputado Zé Teixeira já anunciou que trocará o PSDB pelo PL tão logo tenha oportunidade sem risco de perder o mandato.

Lideranças como Lia Nogueira, Jamilson Name e Paulo Corrêa devem buscar a reeleição por outras siglas, enquanto Mara Caseiro tem planos de concorrer à Câmara Federal.

Força nacional em jogo
Mato Grosso do Sul é peça-chave para o PSDB, concentrando 45 das 79 prefeituras do Estado e sendo um dos dois únicos redutos estaduais da sigla, ao lado do Rio Grande do Sul. Essa hegemonia local atraiu figuras como Gilberto Kassab (PSD), Renata Abreu (Podemos) e Marconi Perillo (PSDB), que desembarcaram em Campo Grande nos últimos dias para reuniões com o governador Eduardo Riedel e lideranças tucanas.

Enquanto Kassab reiterou o convite para que Riedel migre ao PSD, Abreu reforçou a viabilidade da fusão com o Podemos, mas sem a presença de Reinaldo Azambuja. Por sua vez, Perillo se comprometeu a definir o futuro do partido ainda neste semestre.

Com 381 milhões de reais somados em recursos eleitorais e 401 prefeituras em caso de fusão com o Podemos, o PSDB se posicionaria como a sétima maior força em número de prefeitos no Brasil. Contudo, a resistência no Mato Grosso do Sul expõe as fragilidades dessa costura, que pode resultar em um PSDB esvaziado em seu principal reduto.

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*Com informações Investiga MS