Política Contrariando Lula
Thronicke consegue apoio de 33 senadores para abertura de CPI
Comissão pretende investigar os atos de 8 de janeiro nos Três Poderes
23/01/2023 05h23 Atualizada há 3 anos
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Soraya pretende ser presidente da CPI, se for instalada

Nos últimos dias, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez declarações contra a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os atos de 8 de janeiro em Brasília, e mesmo assim, a senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS) disse que pretende insistir em uma investigação no Senado sobre o caso.

Soraya é autora de pedido de CPI para apurar quem são os políticos e os financiadores por trás dos atos de violência, além de apurar eventuais omissões cometidas por administradores públicos federais, estaduais e municipais no controle da segurança em 7 e 8 de janeiro.

Ela acredita que apesar das investigações já em curso por órgãos federais, uma CPI caminha de forma concomitante e o dever dos senadores de investigar não suprime o trabalho das demais autoridades.

Contrariando Lula

“Entendo o lado dele [de Lula] de tentar apaziguar e tentar administrar da forma mais pacífica possível esse momento, que é conturbado. […] Porém, não abrimos mão de fazer a nossa parte. Por que? Queremos estar totalmente por dentro desses acontecimentos e não vamos investigar essas pessoas que já estão presas, os autores diretos”, declarou.

Apesar das falas de Lula, Thronicke, acha que os petistas no Senado não devem desistir da CPI. Ala de opositores a Lula têm defendido que integrantes do atual governo também sejam ouvidos e investigados para apurar eventuais omissões da administração federal.

“Não vou recuar em nenhuma hipótese. Porque ela tem objeto determinado e o número de assinaturas. Não há por que recuar. E é [sobre] um fato muito pesado, muito sério, gravíssimo.”

O requerimento conta com o apoio de 33 senadores que estarão na Casa na próxima legislatura, a partir de 1º de fevereiro. O mínimo necessário é de 27 assinaturas. Ao todo, são 45 senadores em exercício que apoiam a abertura da comissão, segundo sua assessoria.

Apoio de Pacheco

Soraya disse que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), lhe assegurou que vai manter o compromisso de ler o requerimento da CPI em plenário, passo necessário para sua instalação, caso seja reeleito à presidência do Senado.

Pacheco reforçou esse posicionamento favorável a Soraya e a outros senadores envolvidos no assunto. Ele fez a ressalva de que isso só será feito se os requisitos mínimos forem atingidos, como fato determinado, número mínimo de assinaturas e orçamento disponível. Em princípio, o pedido de Soraya atende aos três pontos.

A interlocutores, porém, Pacheco avalia que a abertura de uma CPI no início do governo Lula pode prejudicar o andamento da pauta econômica e outras prioridades da gestão petista.

Presidente a CPI

Soraya pretende ser presidente da CPI, se for instalada. É usual no Senado que o autor do pedido coordene os trabalhos. A relatoria poderia ficar com Alessandro Vieira (PSDB-SE), Renan Calheiros (MDB-AL), Fabiano Contarato (PT-ES) e até Rodrigo Pacheco, se este não se reeleger à presidência do Senado, por exemplo, conforme entrevista à CNN.