Política Pressão
Azambuja encurralado: promessa a Bolsonaro pode custar caro ao PSDB
Ex-governador tenta evitar filiação ao PL, mas pressão aumenta e ameaça reeleição de Riedel
02/04/2025 09h03
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O ex-governador de Mato Grosso do Sul e atual presidente do PSDB no estado, Reinaldo Azambuja, está diante de um dilema político que pode comprometer a reeleição de Eduardo Riedel (PSDB). Para garantir apoio de Jair Bolsonaro à candidatura de Beto Pereira (PSDB) na eleição passada, Azambuja prometeu se filiar ao PL e disputar uma vaga no Senado pelo partido. O problema? Beto perdeu a eleição, mas Bolsonaro não esqueceu o acordo.

Agora, Azambuja enfrenta resistência dentro do PSDB e também entre aliados bolsonaristas, que não confiam em sua adesão ao PL. Para piorar, o PL cogita lançar um candidato próprio ao governo do estado, o que pode atrapalhar os planos do tucano e forçá-lo a cumprir a promessa. Se não se filiar, pode fortalecer um rival contra Riedel em 2026.

Nos bastidores, filiados ao PL torcem para que Azambuja não entre no partido, pois acreditam que, com apoio de Bolsonaro, o PL tem chances reais de eleger um governador "verdadeiramente de direita". A pressão sobre Azambuja deve aumentar ainda mais nesta quarta-feira (3), quando Bolsonaro concederá entrevista a uma rádio de Campo Grande e poderá ser questionado diretamente sobre a promessa feita pelo ex-governador.

Azambuja, até o momento, tem tentado minimizar o assunto, dizendo apenas que foi convidado a se filiar ao PL, mas sem confirmar se cumprirá o que foi acordado com Bolsonaro. Entretanto, a cúpula bolsonarista já deu sinais de que não aceitará um recuo sem consequências. Se Azambuja desistir da filiação, o partido pode partir para um rompimento com o PSDB e lançar um nome próprio ao governo do estado, o que criaria um cenário de incerteza para Riedel, que até então navegava sem grandes ameaças na busca pela reeleição.

A movimentação de Azambuja nos próximos dias será decisiva para definir o futuro da aliança entre PSDB e PL em Mato Grosso do Sul. Se optar pela filiação, pode enfrentar resistência dentro de seu próprio grupo político. Se recuar, pode provocar um racha que fragilize o projeto tucano para 2026. O xadrez político está montado, e Bolsonaro parece disposto a cobrar a dívida.

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*Com informações Investiga MS