A tentativa do PL de travar as votações na Câmara não impediu o avanço do Projeto de Reciprocidade nesta quarta-feira (2). Com o quórum mínimo de 257 deputados atingido, o plenário deu início à análise da proposta, que tem o apoio do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do presidente Lula (PT). A medida busca reagir ao aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

A obstrução promovida pela oposição, comandada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, tenta pressionar o Congresso a votar a anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A estratégia consiste em não registrar presença para impedir as deliberações. No entanto, a articulação governista conseguiu contornar o bloqueio e garantir o andamento da pauta.

Em entrevista ao Metrópoles, Hugo Motta reconheceu o direito do PL de obstruir, mas reforçou que a Câmara não pode parar diante da guerra comercial imposta por Donald Trump. “Cabe a nós, que temos a responsabilidade de tocar os trabalhos, não permitir que a Casa seja paralisada”, declarou.

A movimentação da oposição sofreu um revés interno: o deputado Junio Amaral (PL-MG), bolsonarista, assinou o pedido de urgência para a votação da reciprocidade comercial. O gesto foi minimizado pela líder da minoria, Caroline de Toni (PL-SC), que negou qualquer enfraquecimento da obstrução.

Com a votação destravada, o governo Lula avança na tentativa de responder às medidas econômicas dos EUA, enquanto a oposição segue pressionando pela anistia dos manifestantes presos.

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