A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, em ação conjunta com outras unidades federativas, desmantelou nesta terça-feira (15) um grupo criminoso que aliciava adolescentes por meio de plataformas criptografadas, como Discord e Telegram. O esquema envolvia desafios de automutilação, crueldade contra animais, incitação ao ódio e até sugestões de ataques violentos.
A Operação Adolescência Segura, coordenada pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em Campo Grande. Simultaneamente, outras ações ocorreram em Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e no Distrito Federal, totalizando 20 mandados, duas prisões temporárias de adultos e sete internações provisórias de adolescentes envolvidos nos crimes.
O modus operandi do grupo incluía o uso de redes sociais para divulgar desafios perigosos, com a promessa de “recompensas” simbólicas aos participantes mais engajados. Um caso emblemático é o de Sarah Raissa Pereira de Castro, de 8 anos, que morreu após participar do chamado “desafio do desodorante”, no Distrito Federal. A menina inalou aerossol até perder a consciência e foi declarada morta no Hospital Regional de Ceilândia no último domingo (13).
O delegado Ataliba Neto, responsável pela investigação, afirmou que um inquérito foi aberto para identificar os responsáveis pela disseminação do desafio. “Esses conteúdos representam um perigo iminente à vida de crianças e adolescentes. Trabalhamos para responsabilizar criminalmente os envolvidos”, declarou.
Os investigados podem responder por associação criminosa, indução à automutilação, maus-tratos a animais, entre outros crimes. As penas combinadas podem ultrapassar 10 anos de reclusão. Em Mato Grosso do Sul, a polícia apreendeu dispositivos digitais com provas que serão periciadas nos próximos dias.
A operação é um alerta para os perigos do ambiente virtual, especialmente para crianças e adolescentes. A Polícia Civil reforça a necessidade de vigilância dos pais sobre o conteúdo acessado por seus filhos e denuncia ativa de práticas criminosas na internet.
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*Com informações Midiamax