Política Constrangimento
Recusa de Pedro Lucas expõe racha no União Brasil e deixa Lula em saia-justa
Conflitos internos e disputa por ministérios enfraquecem aliança entre governo e base parlamentar
23/04/2025 09h36
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A negativa de Pedro Lucas (União Brasil-MA) ao convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir o Ministério das Comunicações revelou fissuras profundas no União Brasil e ampliou a crise na relação entre o Palácio do Planalto e seus aliados.

A indicação, que parecia garantida após reunião entre o deputado e Lula, foi anunciada prematuramente pela ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR), mas culminou em constrangimento público e impasse político. Pedro Lucas, que lidera a bancada do União Brasil na Câmara, recuou diante de pressões internas e descontentamento de colegas.

Alcolumbre na linha de frente

Com o revés, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), tenta apagar o incêndio político. Governistas admitem que nenhuma nova decisão será tomada sem aval de Alcolumbre, que agora aposta em um nome técnico de sua confiança para liderar a pasta, evitando novas crises na bancada da Câmara.

A troca, porém, enfrenta resistência. Deputados argumentam que a escolha de Pedro Lucas como líder foi resultado de intensas negociações, e qualquer tentativa de mudança seria vista como imposição, agravando as divisões internas.

Ministérios em xeque

Além do Ministério das Comunicações, o União Brasil detém as pastas do Turismo e da Integração e Desenvolvimento Regional. No entanto, o enfraquecimento político de Juscelino Filho e a cobiça do PSD pela pasta do Turismo acirram ainda mais os ânimos.

No Congresso, cresce a percepção de que ministérios perderam atratividade diante do empoderamento do Legislativo por meio das emendas parlamentares. Para muitos parlamentares, o controle direto de recursos é mais vantajoso do que comandar um ministério com orçamento restrito.

O episódio evidencia os desafios do governo Lula para manter sua base aliada unida e reforça as dificuldades em consolidar alianças com partidos que, cada vez mais, priorizam disputas internas e ganhos individuais sobre a governabilidade.

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*Com informações CNN