O ano de 2022 terminou com um tombo gigante para as empresas do setor de tecnologia. Depois de vários anos de crescimento — impulsionados pela digitalização da economia — essas companhias se depararam com um cenário desafiador diante da desaceleração da economia mundial.

Com isso, as principais empresas de tecnologia do mundo perderam conjuntamente US$ 4,6 trilhões em valor de mercado no ano passado, conforme levantamento do Valor Econômico. O montante é o equivalente a quase três vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2021 ou quase seis vezes o capital da da bolsa brasileira.

Em dezembro de 2021, Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Tesla, Meta e Netflix valiam aproximadamente US$ 11,3 trilhões. Em dezembro do ano seguinte, as big techs somavam pouco mais de US$ 6,6 trilhões em valor de mercado. Amazon, Apple e Alphabet foram as que mais viram o patrimônio reduzir.

O mercado enxerga esse “derretimento” como reflexo do crescimento acentuado durante a pandemia e as empresas “acharam que eram infalíveis aos ciclos econômicos”, disse William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities.

“Acabaram pagando caro por mão de obra, inflaram a força de trabalho para suportar os investimentos, e agora viram que não é bem assim”, explicou.

Empresas demitem 2 mil por dia

O ano mal começou, e as empresas de tecnologia já demitiram quase 38 mil funcionários até 18 de janeiro, conforme noticiado por Oeste. Os números aparecem na plataforma Layoffs.fyi, que monitora as demissões do setor ao redor do planeta. Em média, foram 2 mil por dia.

Desse modo, a quantidade é bastante superior a janeiro do ano passado, quando as empresas de tecnologia demitiram 755 colaboradores, ou seja, 25 por dia.

Os dados da Layoffs.fyi mostram que, até o momento, janeiro de 2023 tem o maior número de demissões diárias nos últimos 12 meses. O segundo pior resultado é o de novembro passado: 1,7 mil.