Antes vista como uma mera especulação, a possibilidade de Michelle Bolsonaro (PL) concorrer à Presidência da República ganhou força e passou a ser tratada com seriedade no cenário político. Inicialmente cogitada para disputar o Senado pelo Distrito Federal, a ex-primeira-dama agora recebe apoio significativo dentro do bolsonarismo, mas também enfrenta desafios tanto no campo político quanto partidário.

Michelle tem se destacado ao se envolver profundamente nas articulações políticas do PL, recebendo elogios de aliados influentes, como o líder evangélico Silas Malafaia. "Michelle agora fala politicamente para fora, não só para o segmento religioso", destacou Malafaia, ao comentar o amadurecimento da ex-primeira-dama. Segundo ele, Michelle já aparece melhor posicionada em pesquisas de intenção de voto do que outros nomes fortes do bolsonarismo, como Tarcísio de Freitas e Ratinho.

Outro apoio importante vem de Celina Leão, vice-governadora do Distrito Federal, que vê Michelle como uma figura que cresceu politicamente nos últimos dois anos. "Michelle conseguiu expandir o PL Mulher em todo o Brasil, e seu nome é mais reconhecido do que o próprio partido", afirmou. A ex-primeira-dama também tem sido considerada uma figura que pode trazer uma abordagem mais "humana" à presidência, algo visto como um diferencial.

Além disso, aliados de Michelle apontam que sua candidatura poderia ter uma vantagem estratégica nas disputas, pois, sendo mulher, ela poderia gerar maior moderação entre seus oponentes homens, especialmente durante os debates. Outro fator que fortalece a posição de Michelle é a reconciliação com o vereador Carlos Bolsonaro, que, após um período de tensão, se uniu a ela.

No entanto, os obstáculos também são significativos. Dentro do próprio bolsonarismo, Michelle ainda encontra resistência, especialmente de partidos aliados como o Republicanos, PSD e MDB, que não veem seu nome como uma unanimidade. No cenário político mais amplo, o mercado financeiro e aliados influentes preferem nomes como Tarcísio de Freitas para o Planalto, embora o governador de São Paulo tenha repetido que sua prioridade é a reeleição em 2026.

A ascensão política de Michelle Bolsonaro à presidência se apresenta como uma possibilidade cada vez mais concreta, mas o caminho até uma candidatura oficial ainda está repleto de desafios internos e externos. Seu nome, que antes era considerado uma mera especulação, agora ganha corpo, mas seu futuro político depende da superação de obstáculos cruciais nos próximos meses.

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*Com informações Metrópoles