Política Articulação
Riedel e Azambuja articulam saída do PSDB rumo a partidos de destaque nacional
Filiação ao PP e PL fortalece alianças com Tereza Cristina e Jair Bolsonaro
15/05/2025 08h19
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Os principais líderes do PSDB em Mato Grosso do Sul, o governador Eduardo Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja, articulam uma saída histórica do partido em busca de protagonismo político em siglas de maior expressão nacional. A decisão é motivada pela necessidade de fortalecer alianças com o centro e a direita, em um cenário que valoriza lideranças como a senadora Tereza Cristina (PP) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A mudança reflete o declínio do PSDB no cenário político e a busca por espaços estratégicos que garantam a reeleição de Riedel ao governo em 2026 e a eleição de Azambuja ao Senado. As negociações com o PP e o PL estão em curso, com grande possibilidade de Eduardo Riedel se filiar ao PP, partido liderado por Tereza Cristina, enquanto Reinaldo Azambuja segue alinhado ao PL, partido do ex-presidente Bolsonaro.

Alianças e desafios

Tereza Cristina, considerada uma das maiores lideranças da direita em Mato Grosso do Sul, é peça-chave nessa articulação. Madrinha política de Riedel, a senadora já declarou que seria um sonho tê-lo no Partido Progressista. Essa filiação permitiria ao governador maior alinhamento com o centro político e a manutenção de parcerias importantes, como a proximidade com Simone Tebet (MDB) e o apoio à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em pautas estaduais.

Por outro lado, Reinaldo Azambuja enfrenta desafios distintos. Apesar de sua forte ligação com Jair Bolsonaro e lideranças do PL, ele busca autonomia para conduzir o partido no estado. Azambuja já iniciou diálogos com o presidente nacional do PL, Waldemar da Costa Neto, e o senador Rogério Marinho, buscando garantias de independência. A resistência de alguns aliados do PSDB em acompanhá-lo ao PL também complica o cenário, mas o ex-governador tem deixado claro que não descarta assumir o controle da sigla no estado.

O papel de Bolsonaro e os bastidores da negociação

As negociações atuais também refletem a influência de Jair Bolsonaro sobre o PL. O ex-presidente vetou candidaturas próprias do partido em eleições passadas no estado para apoiar Riedel e Azambuja, consolidando uma aliança estratégica. Em reuniões recentes, Bolsonaro reafirmou a confiança no grupo tucano, exigindo garantias de que o PL manterá sua força em Mato Grosso do Sul e conquistará duas vagas no Senado.

Enquanto Riedel mantém um perfil mais moderado, com relações estreitas com figuras do centro político, Azambuja adota uma postura mais crítica ao governo Lula, o que facilita sua aproximação com o PL. A decisão final será discutida em uma reunião marcada para a próxima quarta-feira (21), quando os líderes do PSDB sul-mato-grossense devem definir o futuro de suas filiações e alianças políticas.

Repercussões e cenários futuros

A possível filiação de Riedel e Azambuja ao PP e ao PL pode redesenhar o cenário político estadual e influenciar alianças nacionais. Para o PSDB, a perda de suas maiores lideranças no estado representa um golpe duro em um momento de fragilidade da legenda.

Ao mesmo tempo, o movimento consolida o protagonismo de Tereza Cristina e Jair Bolsonaro em Mato Grosso do Sul, reforçando a posição da direita como força dominante no estado. As próximas semanas serão decisivas para os rumos do PSDB e para a configuração das forças políticas na região.

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*Com informações Investiga MS