A tensão entre Brasil e Estados Unidos subiu de tom após a ameaça do governo de Donald Trump de impor sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A declaração foi feita pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, durante uma audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos EUA, na quarta-feira (21). Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou o Itamaraty a reagir “com firmeza”, preservando o diálogo diplomático.

Fontes do Palácio do Planalto revelaram que a determinação de Lula foi comunicada diretamente a Moraes por ministros do governo. Enquanto Moraes mantém postura serena, outros membros do STF expressaram indignação diante da ameaça. Um auxiliar presidencial ironizou a situação: “Moraes é vitalício. Trump não”.

No campo diplomático, o Itamaraty adotará uma estratégia reservada, descartando declarações públicas ou notas oficiais, pelo menos por enquanto. Nos bastidores, o governo brasileiro avalia que uma resposta contundente, mas discreta, preserva a soberania nacional sem acirrar ainda mais o clima com Washington.

A Advocacia-Geral da União (AGU), entretanto, rompeu o silêncio. O ministro Jorge Messias ressaltou a importância da independência entre os Poderes e alertou para a necessidade de respeito mútuo entre as nações: “A boa convivência pressupõe reciprocidade. A democracia não pode existir sem a independência entre os Poderes”.

A ameaça americana surge em meio a acusações de lideranças bolsonaristas que classificam a atuação de Moraes como censura. Durante a audiência, o deputado republicano Cory Mills questionou Rubio sobre possíveis sanções ao magistrado brasileiro, ao que o secretário respondeu: “Isso está sob análise neste momento, e há uma grande possibilidade de que isso aconteça”.

Enquanto o governo Lula busca uma resposta estratégica, a declaração de Rubio revela uma escalada nas tensões internacionais, colocando à prova as relações históricas entre Brasil e EUA.

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*Com informações Metrópoles