Brasil Impostos
“Brasil não precisa de mais imposto, precisa de gestão responsável”, critica Hugo Motta
Presidente da Câmara aponta falhas na condução econômica do governo em meio ao polêmico aumento do IOF
26/05/2025 11h54
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A crise fiscal e as tentativas do governo de aumentar a arrecadação colocaram o Planalto sob forte crítica nesta semana. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), se posicionou de forma incisiva contra as recentes mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), defendendo que o Brasil precisa de uma gestão fiscal mais eficiente, não de maior carga tributária.

Motta usou as redes sociais para atacar a postura do Executivo, acusando-o de transferir ao Congresso a responsabilidade pelos problemas econômicos: “Quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor”, disparou. Ele ainda reforçou que a solução para o país passa pelo corte de desperdícios, não pelo aumento de impostos.

Um governo em recuo

O reajuste do IOF, anunciado pelo Ministério da Fazenda, gerou turbulência no mercado financeiro e uma onda de descontentamento. A proposta incluía aumento de tributos sobre investimentos em previdência privada (VGBL) e operações de crédito empresarial. A reação foi imediata: o Ibovespa caiu 0,44% e o dólar subiu 0,32%, atingindo R$ 5,66.

Diante da repercussão negativa, o governo recuou parcialmente, mantendo apenas parte das mudanças. No entanto, o episódio expôs a fragilidade política do Executivo, que enfrenta dificuldades em alinhar sua base aliada no Congresso.

Haddad sob pressão

Em uma entrevista ao jornal O Globo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou a influência do Congresso na agenda econômica, descrevendo o atual modelo de governança como um “quase parlamentarismo”. Ele sugeriu que o Planalto encontra barreiras institucionais que dificultam a execução de medidas fiscais.

No entanto, a fala foi recebida com desconfiança. Parlamentares, como Hugo Motta, veem na declaração uma tentativa de desviar a atenção dos problemas administrativos do Executivo.

Câmara e desperdícios

A crítica de Motta também reacende o debate sobre prioridades na gestão pública. A Câmara dos Deputados aprovou recentemente um projeto para aumentar o número de parlamentares de 513 para 531 a partir de 2027. A medida, embora ainda precise do aval do Senado, contraria a recomendação do Supremo Tribunal Federal (STF) de remanejar as bancadas estaduais sem ampliar o total de cadeiras.

Esse aumento, associado à incapacidade do governo de cortar gastos desnecessários, aprofunda a percepção de que falta responsabilidade fiscal na administração pública.

Rumo à instabilidade

Com um Congresso cada vez mais crítico e mercados atentos, o governo enfrenta um cenário de crescente instabilidade. Sem articulação política efetiva e soluções para os problemas fiscais, o Planalto arrisca perder ainda mais credibilidade junto aos brasileiros.

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*Com informações Metrópoles