Política Penalidades
Líder do PT critica penas do 8/1 como abusivas e propõe revisão seletiva
José Guimarães defende freio nas competências entre Poderes e punição rigorosa aos mentores do ataque
27/05/2025 10h21
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A postura do líder do governo Lula na Câmara, José Guimarães (PT-CE), trouxe um novo capítulo ao debate sobre os condenados pelo ataque de 8 de janeiro. Em uma declaração que contraria parte do discurso de seu próprio partido, Guimarães reconheceu que as penas aplicadas a alguns manifestantes podem ser consideradas excessivas e sugeriu uma revisão, desde que restrita aos que "participaram sem plena consciência".

Mudança de tom dentro do PT

A fala de Guimarães reflete uma tentativa de equilibrar a narrativa do governo. Enquanto admite que a dosimetria das penas merece revisão em casos específicos, ele reafirmou a necessidade de punição severa para os mentores do ataque, chamando-os de "arquitetos do golpe contra o Estado Democrático de Direito".

"Não se pode colocar no mesmo patamar quem foi levado pelas circunstâncias e quem comandou, articulou e planejou o caos. É justo modular as penas para alguns, mas jamais perdoar os líderes desse crime contra a democracia", afirmou.

Críticas ao STF e apelo ao equilíbrio entre Poderes

Guimarães também usou a oportunidade para criticar indiretamente a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), ao sugerir que é hora de um "freio de arrumação" nas relações entre Legislativo e Judiciário.

"Precisamos redefinir as competências de cada Poder. O equilíbrio é essencial para evitar novos embates desnecessários", declarou.

A declaração reacende a tensão entre os Poderes e reforça a percepção de que o Congresso está cada vez mais desconfortável com o protagonismo do STF.

PT rejeita anistia ampla

Mesmo com a sinalização de abertura para modulação das penas, o PT mantém uma posição firme contra qualquer tentativa de anistia geral.

"Não há espaço para perdão irrestrito. Quem financiou e planejou deve pagar pelo que fez", reiterou Guimarães, em tom enfático.

A discussão sobre uma possível anistia para os envolvidos, levantada nos corredores do Congresso, enfrenta resistência tanto da oposição quanto da base governista.

Divisões internas e riscos políticos

A declaração de Guimarães reflete uma estratégia delicada: acenar para a moderação sem abandonar o discurso de defesa das instituições democráticas. No entanto, as palavras do líder do governo expõem uma divisão crescente dentro do PT sobre como lidar com a crise do 8 de janeiro.

O tema ainda promete gerar novos atritos em Brasília, com líderes tentando encontrar um caminho que preserve a estabilidade política enquanto lidam com as pressões por justiça e revisão das penas.

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*Com informações Metrópoles