O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) realizou nesta terça-feira a segunda fase da Operação Grilagem de Papel, voltada para desarticular um esquema de fraudes em certidões de regularização fundiária em Coxim, Mato Grosso do Sul. A operação resultou na prisão de quatro pessoas, incluindo dois ex-servidores da Prefeitura de Coxim e um escrivão da Polícia Civil, além do cumprimento de mandados de busca, apreensão e afastamento de servidores.
Entre os detidos estão Rodrigo Ferreira Lima, ex-gerente de Tributação da Prefeitura; Thiago Cassiano, ex-gerente de Habitação; e Márcio Rodrigues da Silva, escrivão de Polícia Civil e ex-integrante da gerência de Tributação. A identidade do quarto preso não foi revelada até o momento.
De acordo com as investigações, a organização criminosa contava com a participação de servidores públicos e particulares para emitir certidões irregulares de terrenos desocupados, mas com propriedade definida. Essas certidões ilegais eram utilizadas para transferir os imóveis no Cartório de Registro de Imóveis, beneficiando os próprios envolvidos, familiares ou terceiros mediante pagamento de propina.
Durante a ação, o Gaeco apreendeu celulares, documentos relacionados à regularização fundiária urbana (REURB) e à transmissão de imóveis. Além disso, três servidores foram afastados de seus cargos por suspeita de envolvimento nos crimes de corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Na primeira fase da operação, realizada em novembro do ano passado, o Gaeco cumpriu 15 mandados de busca e apreensão, resultando na coleta de R$ 15 mil em espécie, além de celulares e documentos. Na ocasião, dois servidores públicos também foram afastados sob suspeita de participação nas fraudes.
O nome "Grilagem de Papel" faz referência ao uso de documentos fraudulentos para a apropriação ilegal de terrenos pertencentes a terceiros, evidenciando a gravidade e a abrangência do esquema.
Com o avanço das investigações, o Gaeco reforça o compromisso de combater a corrupção e desarticular organizações criminosas que prejudicam a integridade do patrimônio público e privado em Mato Grosso do Sul.
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*Com informações Investiga MS