A revelação do duplo assassinato de Vanessa Eugênia e da bebê Sophie Eugênia trouxe um misto de choque e revolta em Campo Grande. O autor do crime, João Augusto de Almeida, de 21 anos, descreveu em depoimento à polícia os atos que ele mesmo planejou com frieza e determinação, sem demonstrar remorso.
Preso em flagrante ao tentar registrar o desaparecimento das vítimas, João admitiu que o crime foi motivado por anos de ressentimento e uma percepção deturpada de seu papel como companheiro e pai. Para o delegado Rodolfo Daltro, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ele expôs uma história marcada por possessividade e desprezo pela vida de mulheres, em especial pela condição de gênero das vítimas.
Um relacionamento marcado pela violência emocional
João e Vanessa se conheceram por meio de um aplicativo e rapidamente passaram a viver juntos. No entanto, a convivência foi conturbada desde o início, agravada pelo ciúme e pela incapacidade de João de lidar com as responsabilidades de uma família. Quando Sophie nasceu, a tensão no relacionamento atingiu o ápice.
Segundo João, a chegada da filha trouxe sentimentos de ódio e raiva. Ele relatou ao delegado que considerou “doar” a bebê para evitar lidar com suas demandas. O estopim ocorreu após uma discussão trivial sobre leite infantil, momento em que João alegou ter sido tomado por uma explosão de raiva.
A execução e o planejamento macabro
Durante o depoimento, João admitiu ter asfixiado Vanessa após uma briga, enquanto a bebê foi sufocada sem ter chance de reação. Em seguida, ele transportou os corpos até uma área isolada e utilizou 13 litros de gasolina para carbonizá-los. João demonstrou total desprezo ao relatar que “não sentiu nada” enquanto os corpos queimavam.
Mensagens recuperadas pela polícia indicaram que ele já vinha planejando o crime há meses. João chegou a pedir conselhos a testemunhas sobre como prender as vítimas, mas o plano era tão cruel que ninguém acreditava ser real.
Frieza e desprezo escancarados
Mesmo após o crime, João manteve uma fachada nas redes sociais, publicando imagens que transmitiam a ideia de um pai dedicado. Para os investigadores, isso demonstra o quanto a violência pode se esconder atrás de uma aparência de normalidade.
“Ele via mãe e filha como fardos que precisava eliminar, sem qualquer empatia ou consideração pela vida que destruiu”, destacou o delegado. A brutalidade do caso reforça a necessidade de enfrentar o feminicídio como uma questão urgente, onde o alerta para sinais de violência não pode ser ignorado.
João está preso e responderá por feminicídio qualificado e destruição de cadáver, enquanto a sociedade tenta processar a dimensão da tragédia que marcou Campo Grande.
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*Com informações Midiamax