Em mais uma rodada de oitivas, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo da Câmara Municipal de Campo Grande trouxe à tona inconsistências preocupantes no setor. Nesta quarta-feira (28), foram ouvidos Rodrigo Koei Marques Inoye, diretor da Procuradoria Jurídica e presidente da Junta de Análise e Julgamento de Recursos (Jajur) da Agereg, e José Corsine da Silva, diretor de fiscalização e auditoria contábil da Agência.

Entre os principais pontos levantados estão as incoerências nas decisões sobre multas aplicadas ao Consórcio Guaicurus, a renovação da frota de ônibus e questões financeiras envolvendo o contrato de concessão. Desde 2020, a Jajur analisou 4.090 recursos relacionados a multas, dos quais 2.344 foram improvidos e 314 favoráveis ao Consórcio, enquanto 567 permanecem pendentes.

A renovação da frota também foi alvo de questionamentos. Embora a prefeitura tenha determinado recentemente a substituição de 98 ônibus, um relatório da Agereg indicou que mais de 300 veículos estariam acima do limite de idade contratual. Os vereadores pedem explicações sobre o porquê de a exigência ter sido reduzida.

Outro destaque foi a identificação de movimentações financeiras atípicas, incluindo um montante de R$ 31 milhões em 2016. As irregularidades foram atribuídas a transferências de investimentos entre empresas, com indícios de falta de transparência no fluxo de caixa.

A CPI também apontou a necessidade de um concurso público para a Agereg e solicitou novos depoimentos, incluindo do ex-secretário de Finanças Pedro Pedrossian Neto e da secretária de Fazenda Márcia Hokama, para esclarecer sobre subsídios concedidos ao Consórcio.

Os trabalhos da Comissão seguem com foco na transparência e na melhoria do serviço de transporte coletivo em Campo Grande.

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