Política Fraude
Ministro das Comunicações de Lula envia dados falsos à Justiça Eleitoral
"Usaram meu nome, da minha família, da minha filha", disse a vítima
31/01/2023 12h24 Atualizada há 3 anos
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Juscelino enviou dados falsos sobre voos de helicóptero

Juscelino Filho, ministro das Comunicações de Lula, informou à Justiça Eleitoral que transportou "três cabos eleitorais" em 23 viagens durante a campanha dele para deputado federal no Maranhão.

Os passageiros, no entanto, são uma família de São Paulo que diz não conhecer o ministro — uma das pessoas transportadas foi uma menina de 10 anos, segundo O Estado de São Paulo.

Juscelino usou a lista falsa de passageiros para prestar contas à Justiça Eleitoral de R$ 385 mil gastos do Fundo Eleitoral com sua campanha — os nomes estão em uma planilha que ele mesmo enviou.

A empresa contratada, ainda de acordo com a apuração do Estadão, foi a Rotorfly. A companhia tem sede na cidade de Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo, e atua no ramo de táxi aéreo.

Ao jornal, o pai da família que aparece na planilha de Juscelino disse que o episódio se trata de uma "fraude".

"Não tenho nenhuma ligação com campanha nem com político no Maranhão [...] Usaram meu nome, da minha família, da minha filha." Essa planilha foi apresentada pela equipe de Juscelino após um questionamento da Justiça Eleitoral. Ela desconfiou dos vínculos dos passageiros com a campanha do então candidato a deputado federal.

A defesa do ministro afirmou, porém, que "todos os voos foram feitos em prol da campanha eleitoral, bem como todas as pessoas que constam nos relatórios prestaram serviços diretamente à campanha".

Segundo as informações de Juscelino, a família supostamente transportada pelos voos contratados por ele passaram por 14 cidades diferentes em um período de 16 dias. As viagens teriam ocorrido entre agosto e setembro do ano passado.

Procurado pelo Estadão, o ministro não se manifestou sobre ter apresentado à Justiça Eleitoral passageiros de São Paulo como integrantes de sua equipe de campanha. A Rotorfly, por sua vez, afirmou que o problema foi gerado por um erro em seu sistema.

A falha teria feito o nome da família aparecer várias vezes em relatórios de passageiros, mas um novo documento corrigido teria sido enviado à equipe de Juscelino