Política Pacote fiscal
Governo Lula adia anúncio do pacote fiscal e expõe dependência de articulação política
Reunião com líderes do Congresso revela desafios na aprovação das medidas econômicas
04/06/2025 12h28
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Em uma tentativa de amenizar tensões e garantir apoio para o ajuste fiscal, o governo federal adiou a divulgação das medidas do pacote econômico, priorizando uma reunião com líderes da Câmara e do Senado marcada para o próximo domingo (8). A decisão foi anunciada após encontro no Palácio da Alvorada, onde participaram o presidente Lula, o ministro da Fazenda Fernando Haddad, e figuras-chave do Legislativo como Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP).

Fernando Haddad destacou a necessidade de "convencimento político" no Congresso Nacional, afirmando que as medidas econômicas, embora robustas, não terão eficácia sem respaldo legislativo. "Dependemos do voto do Congresso. O trabalho sério no encaminhamento das medidas é indispensável para evitar frustrações", alertou o ministro.

Entre os pontos discutidos, estão uma proposta de emenda à constituição (PEC) e um projeto de lei (PL), que juntos prometem um impacto estrutural nas contas públicas. Contudo, Haddad reiterou que os ajustes não incluem a arrecadação prevista pelo Ministério de Minas e Energia, que projeta ganhos de R$ 35 bilhões em 2025 e 2026.

A estratégia de adiamento reflete a dependência do governo em negociar com um Congresso que tem se mostrado reticente em relação ao pacote fiscal. A reunião com os líderes será determinante para avaliar o destino das propostas e a viabilidade de revisões no decreto do IOF, que segue como um ponto de impasse.

O gesto de consulta às lideranças parlamentares é visto como essencial para evitar surpresas e reforçar a narrativa de que o pacote é necessário e justo. Porém, a decisão de postergar o anúncio das medidas também revela fragilidades na articulação política do governo Lula, que enfrenta resistência em um cenário de crescente pressão por resultados concretos na gestão econômica.

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*Com informações Metrópoles