Política Insatisfação
Lula na encruzilhada: Insatisfação petista ameaça propostas para contas públicas
Base do PT rejeita cortes em saúde e educação e pressiona governo por alternativas
05/06/2025 10h06
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta resistência dentro de sua própria base aliada em meio às discussões sobre as medidas para equilibrar as contas públicas. Deputados petistas manifestaram insatisfação com propostas que envolvem cortes nos gastos sociais, como a desvinculação do salário mínimo do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e a revisão dos pisos constitucionais para saúde e educação.

Tensões na base e desafios à esquerda

As propostas, sugeridas pela cúpula da Câmara como compensação para o recuo no aumento das alíquotas do IOF, são vistas como um retrocesso em temas caros à esquerda. Deputados petistas alertam que essas medidas colocam em risco a narrativa de Lula para a reeleição, especialmente em um ano pré-eleitoral.

O temor é que a redução de recursos para áreas essenciais, como saúde e educação, desgaste a imagem do governo e forneça munição para a oposição. A bancada do PT, entretanto, mostrou-se mais receptiva a limitar o crescimento do Fundeb, desde que o atual patamar de repasses seja mantido.

Caminho estreito no Congresso

Para garantir a aprovação das propostas, Lula tem buscado articulações com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). A estratégia envolve incluir algumas dessas medidas na proposta de reforma administrativa, coordenada pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ).

Apesar disso, o receio de que a reforma se torne uma agenda liberal que prejudique os trabalhadores preocupa a bancada petista. A resistência indica que o governo terá dificuldades até mesmo com sua base para avançar no Congresso.

Tributação e pressão empresarial

Lula também enfrenta desafios no corte de isenções tributárias para setores produtivos. “Todo benefício que damos ao setor produtivo e empresários, você dá por um ano. Quando quer tirar, é muito difícil”, afirmou o presidente em entrevista.

Com críticas vindas de dentro e fora do governo, Lula caminha sobre uma corda bamba. A forma como o governo conduzirá essas propostas poderá definir não apenas o futuro das contas públicas, mas também o capital político do presidente às vésperas de 2026.

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*Com informações Poder 360