Política Pacote fiscal
Presidente da Câmara rejeita pacote fiscal de Haddad e critica aumento de impostos
Hugo Motta exige cortes de gastos e alerta contra sobrecarga ao setor produtivo
11/06/2025 10h24
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez duras críticas ao novo pacote fiscal apresentado pelo governo Lula, que propõe a tributação de investimentos antes isentos de Imposto de Renda (IR), como as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Imobiliário (LCI). Durante um encontro com empresários em Brasília nesta quarta-feira (11), Motta enfatizou que qualquer proposta de aumento de impostos sem contrapartidas claras de corte de gastos será rejeitada pelo setor produtivo e pelo Congresso Nacional.

“Apresentar ao setor produtivo qualquer solução que venha trazer aumento de impostos, sem o governo apresentar o mínimo de dever de casa do ponto de vista do corte de gastos, não será bem aceito. Não estou à frente da Presidência da Câmara para servir o projeto eleitoral de ninguém”, declarou Motta.

O pacote fiscal, defendido pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad, também inclui o aumento na contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) de fintechs e a elevação da tributação sobre empresas de apostas online. As medidas foram propostas como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), amplamente criticado por congressistas e pelo setor produtivo.

A Coalizão de Frentes Parlamentares do Congresso reforçou a rejeição às propostas em um manifesto divulgado na terça-feira (10). O documento condena a lógica de elevar tributos como solução para o déficit fiscal e cobra medidas estruturais, como a redução imediata de gastos públicos, reforma administrativa urgente e foco na eficiência da máquina pública.

O aumento de impostos para compensar o recuo no IOF gerou tensão entre o Executivo e o Congresso, agravando a crise política. Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), continuam em diálogo com o governo para buscar uma solução. Contudo, a insatisfação com o pacote fiscal deixa claro que o Congresso não aceitará imposições que penalizem o setor produtivo.

Com essa posição, a liderança da Câmara sinaliza que a responsabilidade fiscal precisa ser buscada por meio de contenção de gastos e eficiência administrativa, e não pelo aumento da carga tributária.

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*Com informações Metrópoles