Política Crise
União Brasil e PP preparam desembarque: Governo Lula enfrenta a maior crise de alianças
Lideranças criticam erros estratégicos na divisão da Esplanada e alertam para impactos políticos e econômicos
12/06/2025 10h02
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Em meio a uma crise política que ameaça desestabilizar sua base de apoio, o governo do presidente Lula enfrenta a iminente ruptura com dois de seus principais aliados: União Brasil e PP. Ambas as siglas, que atualmente comandam quatro ministérios, já sinalizaram um possível rompimento ao se posicionarem contra a medida provisória que busca compensar o recuo na alta do IOF.

A criação da federação "União Progressista", unindo os dois partidos em 2026, solidifica a pressão sobre o Planalto. Com 109 deputados e 13 senadores, a federação se tornará a maior bancada da Câmara e a terceira do Senado, configurando-se como uma força central na política nacional.

Críticas à estratégia do governo

Internamente, lideranças do PT apontam falhas graves na articulação política durante o período de transição. A entrega de três ministérios ao União Brasil, sem garantias de apoio sólido no Congresso, é vista como um erro estratégico que agora cobra seu preço.

"Os acordos foram feitos sem amarras. O Planalto subestimou o poder de articulação das lideranças partidárias", afirmou um cacique petista sob anonimato.

Outros acreditam que há tempo para reverter o cenário, apostando em figuras-chave como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Considerado um aliado estratégico, Alcolumbre tem reforçado sua influência no governo com indicações importantes, mas sua fidelidade está longe de ser garantida.

Impactos políticos e econômicos

O movimento de União Brasil e PP ocorre em um momento de crescente desaprovação do governo Lula. Crises recentes, como os problemas de comunicação na crise do Pix, o escândalo de fraudes no INSS e agora a controvérsia do IOF, minaram a confiança do Congresso e da população.

Com cortes no orçamento sendo considerados para conter os impactos do recuo no IOF, aliados avaliam que medidas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil podem ser insuficientes para reverter o quadro de desaprovação.

Enquanto isso, o discurso do senador Ciro Nogueira (PP-PI), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, reforça a ruptura iminente. Ao defender que nenhum filiado participe do governo atual, Nogueira sinaliza um reposicionamento político que deve influenciar diretamente as eleições de 2026.

Cenário de incertezas

Para o Planalto, a prioridade agora é tentar estancar a crise e buscar diálogos que revertam a debandada. Porém, com uma base fragilizada e sem recursos políticos claros, o governo Lula enfrenta o desafio de provar sua capacidade de liderança em um momento crítico de sua gestão.

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*Com informações Metrópoles