Política Rejeição
Crise política e rejeição crescente complicam caminho de Lula para 2026
Escândalos, atritos e medidas impopulares enfraquecem imagem do presidente em meio à articulação de opositores
23/06/2025 12h35 Atualizada há 16 horas
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A menos de dois anos das eleições de 2026, Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma conjunção de crises que desafiam sua tentativa de reeleição. Com reprovação crescente, desconfiança popular e atritos políticos, o governo luta para apresentar resultados concretos e conter danos de escândalos recentes.

Entre os fatores que minam sua gestão estão o escândalo do INSS, aumento de impostos, gafes diplomáticas e ruídos na política externa, agravados pela proximidade com regimes autoritários. Soma-se a isso o impacto de medidas econômicas impopulares, que, segundo analistas, têm reforçado a percepção de um governo ineficaz e distante das demandas populares.

Popularidade em queda e articulação da oposição

Pesquisas recentes indicam que a reprovação do governo subiu para 40%, consolidando um cenário de desgaste. O cientista político Ismael Almeida alerta que a cristalização dessa rejeição até 2026 pode fortalecer a oposição e inviabilizar a reeleição de Lula. "A reprovação acima de 40% consolida um cenário de dificuldades eleitorais e dá força à oposição de centro e direita", afirma.

O aumento dos índices de rejeição, especialmente entre evangélicos e na nova classe média, reflete o esgotamento da esperança depositada no retorno do petista ao poder. Entre evangélicos, 61% rejeitam Lula, em contraste com apenas 25% que rejeitam Bolsonaro.

Escândalo do INSS e crise econômica minam confiança

O desvio de recursos de aposentados no INSS, com suposto envolvimento de familiares de Lula, gerou indignação e levantou questões sobre corrupção no governo. Medidas econômicas, como o aumento de impostos, amplificaram a percepção de um governo que penaliza a população para cobrir déficits fiscais.

O aumento do IOF gerou protestos e foi visto como mais uma tentativa de salvar as contas públicas à custa da classe média. "Essa postura reforça a imagem de um governo que prioriza arrecadação em detrimento de políticas eficazes", critica Almeida.

Ruídos diplomáticos e desconfiança internacional

A condução da política externa também é motivo de críticas. Viagens recentes à China e à Rússia geraram constrangimentos, enquanto a aproximação com regimes autoritários, como os de Nicolás Maduro e Vladimir Putin, levantou dúvidas sobre o compromisso de Lula com valores democráticos.

“Choques no preço do petróleo, aliados à instabilidade política global, podem acentuar crises internas no Brasil”, alerta Leonardo Barreto, da Think Policy.

O desafio de 2026

A busca de Lula por um quarto mandato enfrenta um cronograma apertado para reverter a má avaliação. Com a reprovação consolidada em setores estratégicos, o governo precisa apresentar resultados tangíveis na economia e políticas públicas capazes de recuperar a confiança popular.

A indefinição do adversário na oposição ainda mantém Lula competitivo, mas analistas alertam: sem ações concretas, a força do petista pode minguar à medida que nomes de centro-direita ganhem tração na disputa presidencial.

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*Com informações Gazeta do Povo