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CPI do Transporte Público contrata auditoria para investigar balanço do Consórcio Guaicurus
Relatora questiona suposto déficit financeiro apresentado pelo consórcio, que busca compensação de R$ 377 milhões
01/07/2025 09h21
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A CPI do Transporte Público de Campo Grande avança na investigação das finanças do Consórcio Guaicurus. Após uma perícia financiada pelos empresários apontar desequilíbrio econômico-financeiro no contrato de R$ 3,4 bilhões, a comissão decidiu contratar uma auditoria própria. A empresa Platinum Contabilidade e Gestão Ltda será responsável por uma análise detalhada dos documentos contábeis da concessionária dos últimos cinco anos.

O presidente da CPI, vereador Lívio Leite (União), explicou que o objetivo é elaborar um parecer técnico para confrontar as conclusões divergentes das perícias apresentadas até agora. A primeira perícia, que analisou os lucros líquidos do consórcio e os descumprimentos contratuais, não identificou desequilíbrio. Já a segunda, bancada pelos empresários ao custo de R$ 272 mil, sugeriu que o consórcio enfrenta prejuízos e requer compensação de R$ 377 milhões.

A relatora da CPI, vereadora Ana Portela (PL), questionou os resultados do segundo laudo, apontando que não há clareza nas alegações de prejuízo. “Não existe empresa que funcione normalmente acumulando anos de perdas. Essa matemática não faz sentido, exceto no caso do Consórcio Guaicurus”, afirmou.

Outro ponto de crítica é a falta de transparência. O consórcio nunca apresentou seu fluxo de caixa à Agereg, agência reguladora municipal, dificultando a comprovação de suas finanças. Mesmo após insistências da CPI, a concessionária negou a omissão, mas não forneceu evidências claras de que os dados foram entregues.

Enquanto isso, o Consórcio Guaicurus tenta na Justiça obrigar o município a recalcular tarifas e compensar os supostos prejuízos. O caso aguarda manifestação do Executivo para decisão final da juíza Paulinne Simões de Souza, da 1ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos.

A CPI segue apurando irregularidades, com a nova auditoria prometendo aprofundar o debate sobre o uso de recursos públicos e a qualidade dos serviços prestados pelo transporte coletivo de Campo Grande.

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*Com informações Midiamax