Brasil Vaias
Lideranças de Lula são vaiadas no Dois de Julho na Bahia, apesar de tentativa de “abraço popular”
Presidente participou da caminhada, mas governistas enfrentaram reações divididas mesmo com projeto que nacionaliza a data da independência baiana
02/07/2025 11h20
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A tentativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de reforçar sua conexão com a população nordestina encontrou obstáculos nesta quarta-feira (2), durante a tradicional caminhada do Dois de Julho, em Salvador (BA). Mesmo com a presença do presidente, aliados petistas enfrentaram vaias ao chegarem ao evento que celebra a expulsão das tropas portuguesas da Bahia e simboliza a consolidação da independência brasileira.

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), foram os principais alvos de protestos. Vídeos feitos por participantes registraram o momento em que ambos foram recebidos com uma mistura de aplausos tímidos e vaias audíveis, expondo o clima de divisão e insatisfação crescente, até mesmo em redutos historicamente simpáticos ao PT.

Apesar do constrangimento, os dois mantiveram a compostura, acenaram ao público e seguiram protegidos por seguranças. Lula, por sua vez, percorreu parte do trajeto, tentando demonstrar proximidade com a população, enquanto enfrenta críticas por seu suposto distanciamento das ruas e excesso de compromissos internacionais.

Na tentativa de reforçar a importância histórica da data, o presidente enviou ao Congresso um projeto de lei que reconhece o Dois de Julho como o “Dia Nacional da Consolidação da Independência do Brasil”. No entanto, ele descartou transformar a celebração em feriado nacional.

“Não entra em feriado nacional porque o Brasil já tem muito feriado. Não queria criar mais um, temos dia para tudo neste país”, justificou Lula em entrevista à TV Bahia.

Mesmo com o gesto simbólico e a tentativa de reencontro com suas bases, o governo ainda enfrenta desgaste de imagem, críticas pela condução política e pressão por resultados concretos, especialmente em meio à recente crise com o Congresso após a derrubada do decreto do IOF.

O episódio desta quarta-feira evidencia que a base histórica do petismo exige mais do que gestos: quer presença, diálogo e mudanças reais — e está disposta a demonstrar publicamente sua insatisfação.

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*Com informações Metrópoles