Saúde Colapso
MP escancara falha da Sesau: falta de exames preventivos deixa homens sem diagnóstico em Campo Grande
Escassez de reagentes para PSA, TSH e sangue oculto leva Promotoria a abrir inquérito e exigir plano da prefeitura para evitar novo colapso
03/07/2025 18h15
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A saúde pública de Campo Grande enfrenta mais uma crise anunciada. A escassez de exames laboratoriais básicos, como PSA Total (para câncer de próstata), TSH (tireoide) e sangue oculto nas fezes (neoplasias intestinais), levou o Ministério Público de Mato Grosso do Sul a abrir um inquérito civil para investigar a omissão da prefeitura e os impactos diretos na prevenção de doenças graves.

A denúncia, feita por um paciente da rede pública à Ouvidoria do MPMS, revela um cenário preocupante: mesmo com exames prescritos, ele não conseguiu realizar nenhum dos procedimentos. Procurou a Controladoria do SUS e o Conselho Municipal de Saúde, mas nada foi resolvido. O caso virou símbolo de um colapso silencioso que atinge milhares de homens campo-grandenses.

A 32ª Promotoria de Justiça de Saúde Pública, após diligências, confirmou que a indisponibilidade dos exames tem como origem a falta de reagentes, causada por atrasos logísticos e contratuais. Embora o exame de TSH tenha voltado parcialmente, PSA e sangue oculto continuam fora de serviço. E o mais alarmante: os processos de compra ainda estão em fase burocrática, sem prazo definido para normalização.

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) reconheceu o problema, mas atribuiu a falha à importação e ao recesso de fim de ano — justificativa vista como frágil diante da gravidade da situação. Mesmo com orçamento bilionário e estrutura consolidada, a gestão Adriane Lopes falha em garantir o mínimo: exames preventivos que podem salvar vidas.

A promotoria determinou que a Sesau preste contas sobre a distribuição de reagentes, número de exames realizados e medidas para evitar novas interrupções. Além disso, exigiu o acompanhamento direto do caso do paciente que deu origem à denúncia, evidenciando que a intervenção do Ministério Público é, mais uma vez, necessária para garantir o que deveria ser obrigação da gestão pública.

A pergunta que fica: quantos diagnósticos deixaram de ser feitos e quantas vidas podem ter sido colocadas em risco pela negligência administrativa?

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*Com informações Correio do Estado