Polícia Prisão
Preso funcionário que facilitou ataque hacker de R$ 541 milhões contra empresa ligada ao Pix
Homem confessou envolvimento no desvio milionário; Justiça bloqueia R$ 270 milhões usados no esquema
04/07/2025 09h41
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A Polícia Civil de São Paulo prendeu na noite desta quinta-feira (3), na zona norte da capital, João Nazareno Roque, de 48 anos, suspeito de ter facilitado o mega ataque hacker contra a empresa C&M Software, prestadora de serviços para instituições financeiras conectadas ao sistema Pix. O crime causou um prejuízo estimado em R$ 541 milhões, principalmente à BMP Instituição de Pagamento.

Funcionário da própria C&M, João admitiu ter sido aliciado para colaborar com o golpe. Segundo a Divisão de Combate a Crimes Cibernéticos (DCCiber), ele permitiu o acesso indevido ao sistema para que outros integrantes do esquema realizassem transferências eletrônicas em massa.

Durante a operação, a Justiça também determinou o bloqueio de R$ 270 milhões em uma conta ligada ao esquema. Na residência do suspeito, localizada no bairro de Taipas, a polícia apreendeu equipamentos eletrônicos que devem ajudar a aprofundar as investigações.

João passou a noite detido no Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e foi encaminhado para audiência de custódia nesta sexta-feira (4).

A C&M Software, por meio de nota, negou falhas técnicas em seus sistemas e atribuiu o ataque a técnicas de "engenharia social", ou seja, manipulação para obtenção indevida de credenciais. A empresa afirma estar colaborando com as autoridades.

O Banco Central também se manifestou e esclareceu que não mantém vínculo contratual com a C&M. A empresa atua apenas como intermediadora para instituições que não possuem conexão própria com o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).

A Polícia Federal conduz um inquérito paralelo ao da polícia paulista, já que contas reservas mantidas no BC foram usadas no ataque. A BMP, uma das mais afetadas, informou que essas contas são voltadas exclusivamente à liquidação interbancária e não envolvem recursos de clientes finais.

O ataque, revelado nesta semana, é tratado como um dos maiores crimes cibernéticos já registrados no sistema financeiro nacional. Técnicos do Banco Central e da PF seguem apurando o prejuízo total.

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*Com informações CNN