A derrubada, pelo Congresso, do decreto que aumentava o IOF acendeu o estopim de uma ofensiva virtual sem precedentes coordenada pelo Partido dos Trabalhadores, pela Secom de Lula e por páginas militantes de esquerda. Em poucos dias, centenas de influenciadores divulgaram vídeos produzidos com inteligência artificial, memes com símbolos de destruição do Parlamento e uma enxurrada de hashtags acusando deputados e senadores de “sabotar o povo”.

A operação checou todos os boxes que o Supremo Tribunal Federal usa, desde 2020, para enquadrar apoiadores da direita como integrantes de “milícias digitais”: crítica frontal a um Poder da República, linguagem incendiária e disparos massivos orquestrados. Ainda assim, nenhum ministro abriu inquérito, nem soltou uma linha de repúdio—silêncio que reforça a denúncia de dois pesos e duas medidas.

Em nome de “proteger as instituições”, o STF já mandou bloquear perfis, conduzir buscas e apreensões e até prender ativistas conservadores por ataques nas redes. A Corte também atropelou o próprio Congresso ao redigir sua proposta de regulação das plataformas, ancorada justamente nos inquéritos que miraram a direita. Agora, com a esquerda empunhando arsenal idêntico, a balança não se move.

Nos bastidores, petistas exaltam o engajamento recorde e prometem novas investidas sempre que o Legislativo contrariar o Planalto. Parlamentares de oposição, por sua vez, cobram isonomia: “Se vale cadeia para um lado, tem de valer para o outro”, resume um líder.

A escalada digital expõe, mais uma vez, o conflito entre liberdade de expressão, militância virtual e a seletividade de quem vigia as redes—desta vez, com o Supremo no papel de espectador silencioso.

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*Com informações Gazeta do Povo