A possível filiação do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) ao Partido Liberal (PL) movimenta os bastidores da política sul-mato-grossense e coloca em xeque a permanência do deputado estadual João Henrique Catan (PL) na sigla. Crítico histórico de Reinaldo e único nome da oposição ao governador Eduardo Riedel (PSDB) na Assembleia Legislativa, João Henrique evita declarar se permanecerá ou não no partido com o novo cenário.
Azambuja deve assumir o comando do PL em Mato Grosso do Sul, alinhando a legenda ao projeto de reeleição de Riedel. A articulação, entretanto, contraria a trajetória de João Henrique, que em 2022 rompeu com a direção do PL para apoiar Capitão Contar (PRTB), enquanto a legenda nacional se aliava ao tucano. No segundo turno, contrariando a orientação bolsonarista, apoiou Rose Modesto (União Brasil) contra a então candidata Adriane Lopes (PP).
Apesar de estar entre os nomes que Reinaldo pretende reunir para “conversar”, ao lado do deputado federal Marcos Pollon (PL), João Henrique reforçou que seguirá na oposição a Riedel, e tem evitado declarações definitivas sobre seu futuro partidário. A indefinição é vista como um incômodo dentro do grupo de Reinaldo e Riedel, já que o deputado mantém apoio da ala mais conservadora ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Próximo a Contar — que tem declarado interesse em disputar o Senado — João Henrique poderia repetir a aliança da eleição passada e articular uma frente bolsonarista para disputar o governo em 2026. Caso permaneça no PL, ele conta com o compromisso de que Reinaldo não irá prejudicar os nomes já filiados e ligados ao bolsonarismo — uma das exigências nas negociações de sua chegada.
O silêncio estratégico de João Henrique, no entanto, é calculado: pretende manter o grupo governista em alerta até o fim da janela partidária do próximo ano, quando a formação dos blocos eleitorais estará definida. Até lá, a dúvida persiste — e o desconforto no ninho tucano também.
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*Com informações Investiga MS