O brasileiro segue pressionado pelo custo de vida enquanto o governo assiste de camarote à escalada da inflação. Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,24%, e, embora os preços dos alimentos tenham recuado, a energia elétrica disparou e manteve o índice acumulado dos últimos 12 meses em 5,35%, acima da meta estabelecida pelo Banco Central.
A situação é crítica: desde janeiro, a inflação segue fora da meta contínua de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Com isso, o Banco Central será forçado a divulgar mais uma carta pública explicando os motivos do descumprimento, além das medidas prometidas — que, até agora, não surtiram o efeito necessário no dia a dia das famílias brasileiras.
O cenário escancara o descompasso entre a política monetária, que mantém a Selic em altíssimos 15% ao ano, e a realidade da população, que vê o dinheiro evaporar no supermercado, no posto de gasolina e, agora, com a conta de luz. Somente a energia elétrica teve aumento de 2,96% em junho, afetada pela volta da bandeira vermelha, que seguirá ativa em julho, conforme decisão da Aneel.
Apesar de quedas pontuais como nos preços de ovos (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%), o alívio nos alimentos mal compensa os demais aumentos. A inflação de serviços, por exemplo, segue em alta (0,40% em junho), impulsionada por passagens aéreas e transporte por aplicativo — este último com salto de 13,77% no mês.
Enquanto isso, o Banco Central insiste em manter juros altos, mesmo com a economia estagnada. A inflação não dá trégua, a conta de luz sobe, o transporte encarece e a renda do trabalhador continua corroída. Para o brasileiro comum, pouco importa se a meta está “quase” sendo cumprida. O que pesa é o carrinho de compras cada vez mais vazio, o salário que some antes do fim do mês e o silêncio das autoridades.
A promessa de estabilidade virou retórica. A realidade é uma só: o povo não aguenta mais pagar a conta da incompetência econômica.
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*Com informações CNN