A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos acendeu um alerta no setor exportador e no Ministério da Fazenda. Entre os possíveis efeitos imediatos está a queda nos preços internos da carne bovina e do café, dois dos principais itens enviados ao mercado norte-americano.
Diante da medida, considerada proibitiva para a competitividade de diversos produtos, o governo federal já projeta o redirecionamento da produção ao mercado doméstico. Isso poderia resultar em maior oferta e pressão por redução de preços no Brasil, especialmente sobre produtos agrícolas e commodities.
“Caso a tarifa se mantenha, é natural esperar uma redução nas exportações desses bens para os EUA. Parte da produção destinada à exportação deve ser absorvida internamente, o que tende a afetar os preços”, avaliou o secretário de Política Econômica da Fazenda, Guilherme Mello.
A medida anunciada durante a pré-campanha do ex-presidente Donald Trump mira produtos que representam grande parte da pauta exportadora brasileira. De janeiro a junho de 2025, apenas o petróleo bruto movimentou US$ 2,3 bilhões, seguido por ferro e aço, café, carne bovina, sucos de frutas, celulose e aeronaves.
Apesar da repercussão negativa entre empresários e produtores, a equipe econômica do governo avalia que o impacto no Produto Interno Bruto (PIB) será modesto. A projeção de crescimento para 2025 segue em 2,5%, e o ministério considera que outros mercados internacionais podem compensar parte da perda, sobretudo no caso de commodities.
No entanto, analistas alertam para o possível acirramento das disputas comerciais entre os dois países, especialmente se a tarifa for mantida ou ampliada. Enquanto isso, os efeitos imediatos podem ser sentidos diretamente no bolso do consumidor brasileiro — com queda no preço da carne e do café nas prateleiras.
Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e siga nossas redes sociais.
*Com informações CNN